|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
saiba mais
Tesouro banca maior parte
do rombo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deficit crescente no regime de aposentadorias dos
servidores públicos da União
tornará cada vez mais difícil
a tarefa do governo de investir em saúde, educação, programas de desenvolvimento
ou obras de infraestrutura.
O sistema, que atualmente
beneficia 723 mil aposentados e pensionistas, é caracterizado pelo regime de repartição. Ou seja, os atuais ativos ou inativos recolhem
contribuições para pagar
uma parte da conta de quem
já está aposentado. Mas a
parcela é pequena.
A maior parte da fatura é
bancada pelo caixa do Tesouro Nacional, que passa a ter
menos recursos para investir
no país. No deficit projetado
de R$ 32,4 bilhões para 2011,
entram aposentados e pensionistas civis dos três Poderes federais. Ficam de fora os
militares.
De acordo com os dados do
Ministério da Previdência, a
renda média mensal dos aposentados do funcionalismo
federal é de R$ 4.575. A dos
pensionistas, R$ 2. 534.
Já no regime previdenciário dos trabalhadores da iniciativa privada, essa renda é
de R$ 713.
Isso faz com que o deficit
do sistema público já equivalha a mais de 60% do rombo
do INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social), muito embora o universo de beneficiários não chegue a 3% dos
23,5 milhões de aposentados
e pensionistas atendidos pelo instituto.
Para aproximar os dois sistemas, o governo Luiz Inácio
Lula da Silva incluiu na reforma da Previdência aprovada em 2003 o fim da aposentadoria integral para os
servidores públicos. Todos
os concursados nomeados a
partir de então terão suas
aposentadorias calculadas
de acordo com a média das
80% maiores contribuições
desde 1994.
Limitador
Também foi criado um
mecanismo para limitar esses benefícios ao teto das
aposentadorias do INSS, hoje em R$ 3.416,54. Para complementar a renda, o servidor poderia optar pela contribuição a um fundo de previdência. Esse dispositivo, no
entanto, até hoje não foi regulamentado.
Em 2007, o Executivo enviou ao Congresso um projeto de lei para criar tal fundo,
mas a proposta não avançou.
Se já tivesse sido criado em
2003, mais de 100 mil servidores nomeados no governo
Lula poderiam estar contribuindo para esse fundo e, no
futuro, teriam as suas aposentadorias limitadas ao teto
do INSS.
Texto Anterior: Governo vê pico de aposentadorias em 2011 Próximo Texto: Rubens Ricupero: Câmbio mata Índice
|