São Paulo, domingo, 09 de maio de 2010

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Fundo anticrise europeu deve ter 70 bi

Meta é conter queda do euro e de títulos; Lula critica europeus por demora na ajuda à Grécia

DA REDAÇÃO

O plano conjunto que a União Europeia e o BCE (Banco Central Europeu) pretendem anunciar hoje para defender o euro e tentar estancar a crise da dívida no continente deve chegar a 70 bilhões (cerca de US$ 90 bilhões), segundo noticiaram ontem os jornais "El País" (Espanha) e "The Guardian" (Reino Unido).
O objetivo é defender a moeda única europeia dos ataques dos especuladores, nas palavras dos líderes da região. Nos últimos dias, o euro chegou ao seu menor valor ante o dólar em mais de um ano, devido a uma onda de venda da moeda.
Os 70 bilhões poderão ser utilizados para injetar liquidez nos mercados, em caso de sinais de "congelamento" do sistema financeiro europeu, ou comprar títulos da dívida pública dos países mais fragilizados, caso de Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda e Itália.
Economistas, porém, questionam se o valor seria suficiente, dada a conjunção de endividamento elevado e crescimento baixo de muitos desses países, o que compromete sua capacidade de pagamento.
Na sexta, bancos europeus fizeram um apelo ao BCE para que comprasse títulos dos países mais endividados, o que havia sido rechaçado um dia antes. Surgiram rumores de que o BCE poderia oferecer aos bancos uma linha de crédito emergencial de 600 bilhões (US$ 760 bilhões), mas até ontem não havia confirmação.

Lula e Obama
Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a União Europeia, que, segundo ele, demorou para socorrer a Grécia -o pacote de ajuda de 110 bilhões (US$ 140 bilhões) só foi formalizado na sexta.
"Faz algum tempo que a Grécia está na UTI. Você tem que dar logo o remédio, as pessoas não podem ficar regateando. A crise de 2008 já teve um pouco de demora", afirmou Lula em São Bernardo do Campo.
Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse em entrevista a um canal russo que está "muito preocupado" com a situação na Europa, citando o grau de integração das economias mundiais hoje.
Segundo Obama, mesmo o que acontece em emergentes como China, Brasil e Índia tem impactos na economia norte-americana, e vice-versa.


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