São Paulo, Domingo, 09 de Maio de 1999 |
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SINAIS DE INFLAÇÃO Após 17 anos mantendo o preço de US$ 0,50, sanduíche da loja Gray's Papaya passa a US$ 0,75 Cachorro-quente sobe 50% em NY
RENATO FRANZINI de Nova York O principal sinal de que a inflação está ameaçando a economia norte-americana pode não estar nas planilhas dos economistas, mas no preço do cachorro-quente. Pelo menos é a brincadeira feita pelos tablóides da cidade depois que um dos cachorros-quentes mais famosos de Nova York teve seu preço reajustado em ultrajantes 50%. No último dia 15 de abril, a loja Gray's Papaya passou a cobrar 75 centavos de dólar (R$ 1,25) pelo seu sanduíche de pão com salsicha, depois de manter por 17 anos o preço a 50 centavos de dólar. O gerente Mohammed Hussain, 39, explicou à Folha que não tinha mais como segurar os custos dos insumos. "Quando eu coloquei o sinal aqui (onde agora está o preço de US$ 0,75), não havia inflação na América", afirmou Hussain, que chegou aos Estados Unidos aos 18 anos vindo de Bangladesh. Ele disse que em 1982 comprava uma lata de 6 kg de cebolas por US$ 12,75. Hoje, ela sai por US$ 24. A lata de 6 kg de ketchup passou de US$ 13 para US$ 22 e o saco com 12 pãezinhos praticamente dobrou para quase US$ 1. Segundo ele, os aumentos aconteceram de pouco em pouco. Mas até então ele conseguia não reajustar o preço do sanduíche porque dizia que lucrava no suco, já que a maior parte de suas vendas é de uma promoção de dois frankfurters (como são chamados os cachorros-quentes) e um suco. O pacote sai por US$ 1,95, mas deve aumentar em breve para US$ 2,25 ou U$ 2,45, de acordo com Hussain. Vai depender do mercado. Por enquanto, ele diz que as vendas não caíram devido ao aumento de preço do sanduíche unitário. Abdul Siby, fã do cachorro-quente do Gray's Papaya, dá a pista: "O preço ainda não está caro". Texto Anterior: Economistas fracassam há sete anos Próximo Texto: Novo risco para o Brasil é "crash" em NY Índice |
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