São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2004

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Emprego não é tarefa só do governo, diz Palocci

Lula Marques/Folha Imagem
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, que falou em seminário sobre desenvolvimento


LEONARDO SOUZA
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse ontem que não adianta esperar que o governo gere os empregos e a recuperação de renda de que a população precisa. Afirmou que o Estado tem de cuidar da política macroeconômica e convencer os empresários a fazer os investimentos necessários.
"Não adianta que nós esperemos que o governo vá dar a renda de que o povo precisa, que o governo vá dar os empregos de que o povo precisa, que o governo vá fazer os investimentos de que o povo precisa", afirmou, em seminário sobre investimentos em infra-estrutura, do qual participou também o ministro Guido Mantega (Planejamento).
Segundo Palocci, se o governo quisesse, até poderia gerar "1 milhão" de empregos diretos, contratando as pessoas como funcionários públicos. Poderia também realizar mais investimentos. Ressaltou, porém, que isso teria de ser pago pela sociedade com maior carga de impostos.
"Se o Estado assumir toda a responsabilidade de fazer tudo, vai cobrar da sociedade os impostos para fazer isso, e nós vamos travar a economia. Não vai dar certo."
Para ele, o mais eficiente é o governo cuidar "daquilo que precisa ser cuidado, ou seja, a política macroeconômica num ambiente institucional, e convencer os empresários a fazer os investimentos e gerar os empregos".
Segundo Palocci, essa fórmula já está dando resultados. Lembrou que foram criados 535 mil empregos nos setores formais da economia no primeiro quadrimestre deste ano.
"É necessário que nós apostemos nesse caminho, de melhoria do ambiente de crescimento, melhoria do ambiente de negócios, [...] para que o Brasil cresça, a renda das famílias aumente com o crescimento econômico e os empregos de que o Brasil precisa sejam gerados", disse.

História de desequilíbrios
Palocci frisou que é importante, para garantir o crescimento econômico sustentado nos próximos anos, superar problemas como o respeito a contratos e a definição do marco regulatório -conjunto de regras para o funcionamento de determinados setores da economia.
Ele lembrou que o governo já enviou para o Congresso um projeto de autonomia operacional das agências reguladoras e que o respeito a contratos é questão fundamental para a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Países que respeitam contratos são países que baixam os juros, que atraem capital."
Segundo ele, também não se pode esperar que o crescimento dependa somente da ação do Banco Central de reduzir os juros. Disse ainda que o ajuste das contas externas do país é uma conquista "definitiva" e que os desequilíbrios da economia são coisa do passado.


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