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Emprego não é tarefa só do governo, diz Palocci
Lula Marques/Folha Imagem
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O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, que falou em seminário sobre desenvolvimento |
LEONARDO SOUZA
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse ontem que
não adianta esperar que o governo gere os empregos e a recuperação de renda de que a população
precisa. Afirmou que o Estado
tem de cuidar da política macroeconômica e convencer os empresários a fazer os investimentos necessários.
"Não adianta que nós esperemos que o governo vá dar a renda
de que o povo precisa, que o governo vá dar os empregos de que
o povo precisa, que o governo vá
fazer os investimentos de que o
povo precisa", afirmou, em seminário sobre investimentos em infra-estrutura, do qual participou
também o ministro Guido Mantega (Planejamento).
Segundo Palocci, se o governo
quisesse, até poderia gerar "1 milhão" de empregos diretos, contratando as pessoas como funcionários públicos. Poderia também
realizar mais investimentos. Ressaltou, porém, que isso teria de ser
pago pela sociedade com maior
carga de impostos.
"Se o Estado assumir toda a responsabilidade de fazer tudo, vai
cobrar da sociedade os impostos
para fazer isso, e nós vamos travar
a economia. Não vai dar certo."
Para ele, o mais eficiente é o governo cuidar "daquilo que precisa
ser cuidado, ou seja, a política macroeconômica num ambiente institucional, e convencer os empresários a fazer os investimentos e
gerar os empregos".
Segundo Palocci, essa fórmula
já está dando resultados. Lembrou que foram criados 535 mil
empregos nos setores formais da
economia no primeiro quadrimestre deste ano.
"É necessário que nós apostemos nesse caminho, de melhoria
do ambiente de crescimento, melhoria do ambiente de negócios,
[...] para que o Brasil cresça, a renda das famílias aumente com o
crescimento econômico e os empregos de que o Brasil precisa sejam gerados", disse.
História de desequilíbrios
Palocci frisou que é importante,
para garantir o crescimento econômico sustentado nos próximos
anos, superar problemas como o
respeito a contratos e a definição
do marco regulatório -conjunto
de regras para o funcionamento
de determinados setores da economia.
Ele lembrou que o governo já
enviou para o Congresso um projeto de autonomia operacional
das agências reguladoras e que o
respeito a contratos é questão
fundamental para a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Países que respeitam contratos
são países que baixam os juros,
que atraem capital."
Segundo ele, também não se pode esperar que o crescimento dependa somente da ação do Banco
Central de reduzir os juros. Disse
ainda que o ajuste das contas externas do país é uma conquista
"definitiva" e que os desequilíbrios da economia são coisa do
passado.
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