São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2004

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CONJUNTURA

Agência de risco diz que Brasil está vulnerável

DA REDAÇÃO

O Brasil está entre os países mais vulneráveis ao aumento das taxas de juros norte-americanas, disse ontem Roger Scher, analista da Fitch Ratings -agência de classificação de risco.
A maioria dos analistas espera um aumento da taxa básica de juros norte-americana no final deste mês, quando os diretores do Federal Reserve -banco central dos EUA- se reunirão para avaliar a política monetária no país.
Para o analista, que se reuniu ontem em Londres com investidores, a fragilidade é explicada pelo alto endividamento -o Brasil tem uma dívida equivalente a aproximadamente 80% do PIB (Produto Interno Bruto, soma dos valores de todos os bens e serviços finais produzidos no país).
Para alguns analistas, os países emergentes, como o Brasil, já sofreram os impactos das futuras altas dos juros. Segundo essa avaliação, os mercados já reagiram à expectativa de aumento e, portanto, não haverá reações fortes quando elas efetivamente ocorrerem. No jargão do mercado financeiro, as altas já foram "precificadas".
Scher faz uma avaliação diferente. "A história mostra que os aumentos nunca estão totalmente precificados até eles ocorrerem", diz o analista.
Para proteger-se contra as turbulências, a Fitch avalia que o Brasil deveria renovar o acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). O anúncio da renovação, diz a agência, aumentaria a confiança dos investidores.
Scher disse que "o Brasil ainda é um prisioneiro do sentimento de mercado. Se o mercado disser que o Brasil é um cachorro, então o Brasil é um cachorro".


Com agências internacionais


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