São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2005

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Brasil defende software livre em país pobre

DA SUCURSAL DO RIO

O Brasil tentará convencer os países que participam da Conferência Regional da América Latina e Caribe sobre Sociedade da Informação, no Rio, a levar para a cúpula mundial sobre o mesmo assunto uma posição comum em defesa do uso de softwares livres em programas de inclusão digital em países em desenvolvimento.
A proposta está sendo discutida nessa conferência regional, que começou ontem e acaba amanhã, quando deve ser divulgado um documento com a posição consensual dos países da região. Essa posição será apresentada em novembro, na Tunísia, na conferência mundial sobre o tema.
Além desse tema, o Brasil tenta também incluir no documento propostas para democratizar a organização dos comitês gestores da internet, que, em muitos países, são controlados principalmente por órgãos de segurança.
O tema do uso de softwares livres opõe países desenvolvidos, onde estão a maioria dos fabricantes de softwares, e nações em desenvolvimento, que teriam mais facilidade para ampliar o acesso da população de baixa renda a computadores e à internet caso não precisem pagar pela licença de uso de cada programa.
O embaixador Antonino Marques Porto e Santos, diretor do Departamento de Temas Científicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores, disse acreditar que a posição brasileira tem chances de ser aprovada por todos os países que participam desse encontro regional.
"Essa foi uma proposta apresentada pelo Brasil e temos muito orgulho disso. Não vamos impor a solução brasileira para nenhum país, da mesma maneira que não aceitaremos a imposição de outros países", disse Santos.
Para Sérgio Rosa, diretor do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), é possível chegar a uma proposta de consenso que seja aceita até mesmo pelos países mais ricos. "No último encontro preparatório para a conferência, os EUA aceitaram discutir o uso de software livres para programas de inclusão digital. Eles [os representantes americanos] foram dormir a favor e acordaram no dia seguinte contra, o que mostra que há espaço para negociação", disse.


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