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Brasil defende
software livre
em país pobre
DA SUCURSAL DO RIO
O Brasil tentará convencer os
países que participam da Conferência Regional da América Latina e Caribe sobre Sociedade da
Informação, no Rio, a levar para a
cúpula mundial sobre o mesmo
assunto uma posição comum em
defesa do uso de softwares livres
em programas de inclusão digital
em países em desenvolvimento.
A proposta está sendo discutida
nessa conferência regional, que
começou ontem e acaba amanhã,
quando deve ser divulgado um
documento com a posição consensual dos países da região. Essa
posição será apresentada em novembro, na Tunísia, na conferência mundial sobre o tema.
Além desse tema, o Brasil tenta
também incluir no documento
propostas para democratizar a organização dos comitês gestores da
internet, que, em muitos países,
são controlados principalmente
por órgãos de segurança.
O tema do uso de softwares livres opõe países desenvolvidos,
onde estão a maioria dos fabricantes de softwares, e nações em
desenvolvimento, que teriam
mais facilidade para ampliar o
acesso da população de baixa renda a computadores e à internet
caso não precisem pagar pela licença de uso de cada programa.
O embaixador Antonino Marques Porto e Santos, diretor do
Departamento de Temas Científicos e Tecnológicos do Ministério
das Relações Exteriores, disse
acreditar que a posição brasileira
tem chances de ser aprovada por
todos os países que participam
desse encontro regional.
"Essa foi uma proposta apresentada pelo Brasil e temos muito
orgulho disso. Não vamos impor
a solução brasileira para nenhum
país, da mesma maneira que não
aceitaremos a imposição de outros países", disse Santos.
Para Sérgio Rosa, diretor do
Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), é possível
chegar a uma proposta de consenso que seja aceita até mesmo
pelos países mais ricos. "No último encontro preparatório para a
conferência, os EUA aceitaram
discutir o uso de software livres
para programas de inclusão digital. Eles [os representantes americanos] foram dormir a favor e
acordaram no dia seguinte contra, o que mostra que há espaço
para negociação", disse.
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