São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2005

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EUROPA

Cortes de impostos serão suspensos para custear projeto

Novo premiê da França quer usar 4,5 bi para criação de empregos

DA REDAÇÃO

O novo primeiro-ministro da França, Dominique de Villepin, prometeu ontem, em discurso no Parlamento francês, concentrar seus esforços e recursos disponíveis na diminuição do desemprego no país. Ele disse que vai suspender os cortes em impostos planejados pelo presidente Jacques Chirac e usar os recursos para criar empregos.
Chirac havia prometido, durante sua campanha à Presidência em 2002, reduzir o Imposto de Renda em um terço. Até agora, o imposto foi reduzido em 10%, mas o plano de Chirac era retomar os cortes no próximo ano.
Villepin disse que quer responder ao "sofrimento, à impaciência e à raiva" dos eleitores franceses, que rejeitaram o tratado da Constituição Européia em referendo no mês passado. O resultado do referendo foi atribuído em parte ao descontentamento dos eleitores com a economia e o mercado de trabalho fracos na França. Villepin substitui Jean-Pierre Raffarin, destituído por Chirac após o "não" francês.
"Toda a energia de meu governo será posta nessa batalha [por emprego]. Todo o dinheiro sobrando no Orçamento será dedicado a empregos. A escolha significa que teremos de suspender os cortes no IR", disse Villepin. O desemprego na França é de 10,2% -o maior índice em cinco anos.
Villepin disse que a França reservaria 4,5 bilhões para a criação de empregos em 2006 e que devem ser criadas 100 mil vagas, principalmente no setor público.
O novo premiê também afirmou que o governo dará 1.000 a cada pessoa desempregada há muito tempo que encontrar trabalho.
Outras medidas citadas pelo novo premiê francês para estimular o mercado de trabalho são regras mais leves para a contratação por pequenas empresas e a melhora do sistema de seguro-desemprego.
Villepin também disse que pretende adaptar o modelo francês de proteção social para defendê-lo de forças internacionais.
De acordo com o novo primeiro-ministro, a França não vai ultrapassar os limites de déficit fiscal e os gastos do governo no próximo ano não aumentarão mais que a inflação.
O governo francês também continuará com seu programa de privatizações e vai vender participações minoritárias na Electricité de France, na Gaz de France e em estradas.


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