São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

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Mercado Aberto

@ - Guilherme Barros

Informalidade na construção chega a 61%

A informalidade na construção atinge 60,8% da receita do setor. No de materiais de construção, chega a 27,6%, segundo estudo feito pela FGV, a pedido da Abramat (Associação Brasileira de Materiais de Construção) e do Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial).
De acordo com o trabalho, que foi feito com base na POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) do IBGE de 2003, do total de R$ 193,8 bilhões de receita do setor de construção, R$ 117,8 bilhões (os 60,8%) foram obtidos informalmente (sem pagamento de todos os impostos). Só R$ 76 bilhões foram formais (sem sonegação).
Já no setor de materiais de construção, do total de R$ 116,6 bilhões da receita, R$ 84,5 bilhões foram formais e R$ 32,2 bilhões informais.
A FGV calculou também os efeitos de uma eventual redução do IPI, como a que foi adotada em fevereiro (a "MP do Bem"), em materiais de construção. A simulação foi feita também levando em conta a POF de 2003, um ano cujos resultados não foram muito positivos para o setor. A diminuição do IPI implicaria um crescimento de 1,7% do PIB e uma expansão de 1,4% do emprego.
O presidente da Abramat, Melvyn Fox, afirmou que o objetivo, ao levantar a informalidade na construção, não é usar os dados para promover uma ação policial contra aqueles que não pagam impostos. A intenção é mostrar ao governo que a carga tributária é bastante elevada e, por isso, é alto o nível de informalidade.
Segundo Melvyn Fox, se houvesse uma redução na carga tributária, o estudo mostra que a economia sairia ganhando. "A idéia do trabalho é estimular a inclusão daqueles que atuam na informalidade, e não a exclusão", diz. A redução do imposto faria a informalidade do setor de materiais de construção baixar dos 27,6% para 18%.

MULHERES NO COMANDO
As empresárias Silvana Torres e Gisele Lima criaram um negócio que gerou R$ 150 milhões em 2005, com perspectiva de crescimento de 25% neste ano. Trata-se da Mark Up, uma agência de "market share", ou marketing de relacionamento: a ponte entre indústrias, canais de escoamento de venda, rede de fornecedores, revendedores e distribuidores. Fundada há 12 anos, a agência conta com clientes como Mercedes-Benz, Brastemp, Embratur, Bauducco, entre outras, e cem funcionários divididos nos escritórios de São Paulo, Recife, Rio de Janeiro e Brasília.

CLUBE DO MIL
O empresário João Dória Jr. está organizando um jantar para mil empresários na última semana de julho, no Hotel Unique, em São Paulo, para arrecadar fundos para a campanha de Geraldo Alckmin. Dória, um dos principais interlocutores de Alckmim junto aos empresários, quer que o evento sirva como demonstração de força da candidatura tucana.

ALTO RISCO
Os bancos não estão preocupados apenas com as ações que poderão desaguar depois de o STF ter autorizado a aplicação das normas do Código de Defesa do Consumidor nas relações entre os clientes e as instituições. O mais preocupante é a montanha de ações rescisórias que poderão vir novamente a ingressar na Justiça. Ou seja, aquelas ações que já foram julgadas e perdidas pelos clientes.

ENERGIA E CIMENTO
A Andrade Gutierrez se prepara para investida no setor de energia, com foco em geração, com intenção de participar de 50% das novas obras. A empresa criou diretoria comercial de energia, comandada pelo engenheiro Saulo Queiroz, ex-Eletrobrás.

MAMUTE AÉREO
Manaus receberá um dos maiores aviões cargueiros do mundo, o russo Antonov 124, com capacidade para até 130 toneladas. A aeronave levará 110 toneladas de equipamentos para as obras da Usina Termelétrica Manauara na terça-feira.

LEILÃO DE PINGA
Cinco unidades de uma série especial da cachaça Sagatiba -artesanais e envelhecidas- serão leiloadas na tradicional casa Christie's de Londres, quarta-feira.


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