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Risco e falta de dados afastam os investidores
Eles dizem que faltou tempo para análise e que informações não eram confiáveis
Presidente da OceanAir
afirma que ainda tem
interesse se tiver mais
tempo, mas juiz descarta
novo leilão da Varig
DA ENVIADA AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da OceanAir,
Carlos Ebner, admitiu ontem a
possibilidade de a companhia
aérea ainda apresentar uma
proposta pela Varig se houver
mais tempo para estruturá-la.
Mas o juiz Ayoub descartou ontem um novo leilão.
"Faltou tempo para fazer
uma análise melhor da situação. Isso dificultou bastante na
hora de fazer uma engenharia
financeira", afirmou Ebner.
A falta de propostas no leilão,
apesar da presença de representantes de cinco investidores
em potencial, pode ser explicado principalmente pelo receio
do risco de sucessão de dívidas.
Pesou também o pouco tempo para avaliar a situação da
empresa, já que o leilão foi adiado devido à sua frágil situação
de caixa: o "data room" (disponibilização de informações
confidenciais da Varig aos interessados) ficou aberto por apenas três dias úteis.
Mesmo com os esforços de
última hora do governo e da
Justiça para desvincular do novo comprador o imenso passivo
da Varig (estimado em R$ 7,9
bilhões, segundo o último balanço), a companhia chegou ao
dia do leilão representando um
alto risco de sucessão trabalhista e também fiscal.
O Ministério Público do Trabalho, por exemplo, informou
que pretende recorrer da decisão da Justiça fluminense que
determina que o comprador
não herdará as dívidas da companhia com os trabalhadores.
A TAM informou que, após
avaliar detalhadamente o investimento e a relação risco-retorno do negócio, decidiu não
oferecer lance no leilão.
Outro problema apontado é a
falta de clareza nas informações do "data room". Para acessá-las, os interessados tiveram
que assinar documento assinalando que a empresa não garantia sua veracidade. A avaliação é
que TAM, Gol e Aero-LB (consórcio da TAP) entraram no
"data room" só para ter acesso a
dados confidenciais da Varig.
Marcelo Gomes, diretor da
consultoria Alvarez & Marsal,
reestruturadora da Varig, não
descarta a hipótese de manobra
da concorrência. "Para TAM e
Gol, era muito melhor a falência [da Varig]."
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