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Governo diz ter feito "o possível" pela Varig
Waldir Pires indica que saída para a aérea está nas mãos da Justiça e que Planalto não deverá tentar novas soluções
Ministro previa mais concorrência em leilão; presidente da empresa diz ter ficado satisfeito com a única proposta apresentada
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Defesa, Waldir
Pires, indicou ontem que o governo federal não pretende
buscar uma nova solução para
tentar resolver o problema da
Varig e que aguarda apenas a
decisão da Justiça sobre o futuro da empresa. Confessando
que esperava mais disputa no
leilão, Pires evitou dizer que ficou decepcionado com a baixa
procura pela companhia aérea.
"Confesso que esperava que
houvesse um pouco mais de
disputa", disse. Depois acrescentou: "Fizemos o possível.
Todo o esforço para que a nação
tivesse uma resposta dos setores empresariais, no sentido de
manter uma empresa como a
Varig, fazê-la sobreviver, que é
um patrimônio do êxito do Brasil no transporte aéreo realizado durante todo o século 20."
O ministro respondeu às perguntas sem afirmações conclusivas. Indagado se o governo
possuía um plano alternativo,
caso o desenlace do leilão não
mantenha a Varig voando, deixou o desafio para a Justiça.
"O governo sabe que esse assunto estava desde o início sob
a supervisão do Poder Judiciário. Do juiz. E o juiz realmente
agiu com enorme sabedoria,
com muito cuidado", afirmou.
Mesmo com o governo, por
meio de suas estatais, sendo o
principal credor da Varig, ele
afirmou que não será da União
a palavra final sobre aceitar a
proposta feita pelos trabalhadores no leilão. "A assembléia
dos credores vai se reunir e defender seus interesses."
A possibilidade de uma nova
ajuda do governo foi, aparentemente, descartada por Pires,
que nutre esperanças sobre
uma nova proposta para a compra da empresa. "O que espero
é que de repente seja possível
surgir uma proposta que o juiz
entenda hábil, e vai depender
da decisão dele, vai depender
muito (...) Fizemos o que foi
possível, demos uma colaboração muito grande e tudo o que
foi possível, dentro da lei, para
que não faltassem insumos básicos para que a Varig continuasse voando."
Só "rezar"
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, se disse satisfeito
com o leilão, apesar de haver
somente uma proposta. "Na
verdade, a Varig precisava de
uma proposta. Diria que fiquei
muito contente, porque víamos
as pessoas especularem que
não haveria ninguém."
Para o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, a ausência de propostas
de outras aéreas foi uma aposta
na falência da Varig. Segundo
ele, provavelmente elas preferiram investir no próprio crescimento, diante de uma possível saída da Varig do mercado,
do que numa operação de risco.
Ele se disse "preocupado"
com a crise da empresa e afirmou que resta à Infraero, credora da aérea, apenas "rezar".
Colaborou a Folha Online
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