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Eventual quebra levará prejuízo para a União
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da Fazenda Nacional, Luis Inácio
Adams, afirmou ontem que, se
a falência da Varig for decretada, a União terá "algum prejuízo", pois o patrimônio líquido
da empresa aérea não será suficiente para quitar a dívida da
companhia com seus credores.
"A opção de falência é prejudicial para os credores. Alguém
sempre perde. Como a dívida
da Varig com a União é muito
grande, algum prejuízo vai ter.
Mas essa é uma fase seguinte,
não chegamos lá porque o juiz
ainda vai avaliar a proposta",
disse o procurador-geral.
Ele acrescentou que, sendo
decretada a falência, a PGFN
(Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) adotará os instrumentos jurídicos cabíveis para
habilitar seus créditos depois
que a massa falida for inventariada. Mas Adams lembrou que
os trabalhadores são os credores com preferência no acerto
das dívidas. Somente depois
vêm os créditos tributários.
Ele reconheceu que o parecer elaborado pela PGFN que
descarta a sucessão das dívidas
da Varig para os compradores
da parte saudável da empresa
veio tarde. O parecer foi enviado à Justiça anteontem.
Isso, na avaliação dele, pode
ter sido um dos elementos que
afugentaram os investidores no
leilão realizado ontem. "Infelizmente, [o parecer] poderia
ter saído antes, mas não foi possível. Esse foi um elemento,
mas não é o único. Os potenciais compradores também estavam atentos à viabilidade do
negócio."
(JULIANNA SOFIA)
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