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Clubes de futebol faturam mais em 2005
Graças à parceria com a marca Kyocera, o Atlético-PR foi o que registrou o maior aumento percentual em suas receitas
Venda de Robinho coloca o Santos no topo do ranking; resultado das 20 maiores agremiações teve alta de
28% em relação a 2004
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 20 maiores clubes brasileiros conquistaram a receita
conjunta mais expressiva da
história do futebol nacional.
Essa é uma constatação da Casual Auditores, que publicou,
pelo segundo ano consecutivo,
o ranking das maiores receitas
do futebol no Brasil. A lista se
baseia nos balanços publicados
no ano anterior.
De acordo com a a análise da
Casual Auditores, os 20 clubes
com maior faturamento geraram R$ 1,05 bilhão em receitas
em 2005. Esse resultado representa uma evolução de 28% em
relação ao exercício de 2004,
que foi de R$ 825,7 milhões.
Embora ainda pequena, a representatividade desse montante em relação ao PIB brasileiro também aumentou. Se em
2004 as receitas acumuladas
dos clubes correspondiam a
0,047% do PIB nacional, em
2005 o faturamento das agremiações passaram a corresponder a 0,055% do PIB brasileiro,
que foi de R$ 1,9 trilhão.
Esse resultado deveu-se
principalmente às receitas geradas pela negociação de atletas, que superaram os R$ 300
milhões em 2005. Três jogadores contribuíram muito para o
aumento desse valor, que em
2004 era de cerca de R$ 210 milhões: Robinho, que foi negociado pelo Santos por R$ 30 milhões com o Real Madrid; Cicinho, que saiu do São Paulo e
também foi para o time merengue, e Fred, que se transferiu do
Cruzeiro para o Lyon.
Não é à toa que o Santos figura no topo da lista da Casual. O
clube do litoral paulista foi o
que mais faturou com negociação de seus jogadores, com um
volume de R$ 93,5 milhões,
204% superior a 2004.
Entretanto, na opinião de um
dos analistas da auditoria, os
números que mais chamam a
atenção são os do São Paulo. O
clube do Morumbi foi o que
mais gerou receitas com os direitos de transmissão no ano.
Aproveitando-se do sucesso na
Libertadores e no Mundial de
Clubes, o São Paulo arrematou
R$ 93,5 milhões com a TV.
"O clube conseguiu crescer
no faturamento, mas não foi
devido à venda de jogadores.
Embora seja um dos maiores
vendedores de atletas, esse aspecto corresponde a apenas
23% de seu faturamento. O restante das receitas o clube conquistou com seu desempenho
esportivo, com premiações na
Libertadores e no Mundial",
disse Amir Somoggi, analista da
Casual Auditores.
Outros clubes que chamam a
atenção são dois do Paraná. Curiosamente, Coritiba e Atlético-PR registraram os maiores
crescimentos percentuais de
suas receitas em um ano.
"O Coritiba e Atlético-PR
cresceram pelo mesmo motivo:
venda de jogador. Entretanto, o
Atlético tem um diferencial. O
salto de R$ 40 milhões em suas
receitas é fantástico para o porte que tem o clube. E isto se deve ao contrato com a Kyocera",
conta Somoggi. Em 2004, a
Arena da Baixada tinha gerado
receitas de R$ 1,6 milhão. Já em
2005, após o clube ter firmado
parceria com o patrocinador, as
receitas do estádio pularam para R$ 13,3 milhões.
Nas receitas de patrocínio, os
dois clubes de maior torcida lideram. O Corinthians foi o que
clube que conquistou o maior
montante: R$ 42,7 milhões.
Com os contratos com a Samsung, o clube do Parque São
Jorge aumentou em 234% sua
receitas com patrocínio em relação a 2004.
Além disso, o Corinthians
também se beneficiou do faturamento de bilheterias. Somente no Campeonato Brasileiro, em que se sagrou campeão, o Corinthians faturou
com bilheteria R$ 7,2 milhões.
Já o vice brasileiro, Internacional, parece não ter se beneficiado tanto do sucesso de sua
campanha no último Nacional.
O clube registrou uma queda de
23,3% em suas receitas e caiu
para a nono no ranking. "Isso se
deve ao fato de que o Inter é
muito dependente da venda de
atletas para equilibrar as suas
contas. Em 2004, o clube vendeu Nilmar e Daniel Carvalho e
foi líder na transferência. Já
neste ano não negociou muitos", concluiu Somoggi.
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