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Sobrinho de Edemar tem US$ 1 mi lá fora
Dinheiro, equivalente a R$ 2,64 milhões, está no banco suíço UBS; saldo aumentou após a derrocada do Banco Santos
Em depoimento à Justiça, Ricardo Ferreira de Souza e Silva disse não ter conta
fora do país nem cartão
de crédito internacional
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal encontrou
documentos na casa de Ricardo
Ferreira de Souza e Silva com
informações de que o sobrinho
do ex-banqueiro Edemar Cid
Ferreira mantém conta num
banco suíço cujo saldo aumentou após a derrocada do Banco
Santos.
Um dos documentos apreendidos mostra que Souza e Silva
tinha US$ 1.117.930 (R$ 2,64
milhões) no banco suíço UBS
em 14 de fevereiro deste ano.
Em 2 de agosto de 2004, quase
três meses antes de o banco de
Edemar quebrar, extrato da
mesma conta registrava US$
520.089 de saldo.
Em depoimento à Justiça federal, no ano passado, o sobrinho de Edemar disse que não
tinha conta no exterior nem
cartão de crédito internacional.
Delegados da PF e procuradores do Ministério Público
Federal trabalham com a hipótese de que a conta de Souza e
Silva tenha recebido recursos
desviados do Banco Santos. O
aumento do saldo neste ano seria um indício de que o sobrinho continuava a movimentar
recursos no exterior numa época em que o tio dizia-se quebrado. O ex-banqueiro disse em
depoimento à Justiça que vivia
com R$ 200 mil por mês -R$
100 mil seriam amealhados
com aluguel e a outra metade
ele disse receber de amigos.
A conta no UBS suíço pode
ser o fio da meada de outras
contas que o banqueiro teria no
exterior. A Suíça só fornece informações sobre essas contas
após a condenação do réu.
Além das informações sobre
a conta na Suíça, a polícia encontrou na casa do sobrinho de
Edemar chaves de dois cofres
em agências do banco Itaú, os
quais guardavam US$ 400 mil.
A suspeita da PF é que esse
dinheiro, equivalente a R$ 895
mil, era usado por Souza e Silva
para pagar os gastos de Edemar
e do círculo familiar do ex-banqueiro. Edemar vive numa casa
no Morumbi, em São Paulo,
com cerca de 8.000 m2.
Mais poder que o filho
A PF nunca engoliu a versão
de que ele viveria em parte com
a ajuda de amigos após a intervenção no banco, decretada pela BC em novembro de 2004.
Em setembro de 2005, a Justiça decretou a falência do banco.
O rombo foi de R$ 2,2 bilhões.
Souza e Silva era o executivo
mais próximo de Edemar, segundo ex-diretores do Banco
Santos. Tinha mais poderes na
instituição do que o filho do
banqueiro, Rodrigo Cid Ferreira. O sobrinho foi preso na última segunda-feira em conseqüência de investigação da PF
sobre doleiros batizada de Operação Violeta. Outras 12 pessoas, acusadas de serem doleiros, foram presas.
Edemar, preso desde 26 de
maio, e o sobrinho são réus numa ação penal com outros 18
executivos do banco. São acusados de gestão fraudulenta,
formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
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