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Secretário dos EUA pede aliança contra a China
Para Gutierrez, populações da China e da Índia são potenciais competidores
Representante de comércio
americano diz que é preciso
união entre países vizinhos
para conseguir competir
melhor contra os asiáticos
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Comércio dos
EUA, Carlos Gutierrez, conclamou ontem os países americanos a se "unirem" para competir com a China no cenário do
comércio internacional.
Em discurso para uma platéia de empresários em São
Paulo, Gutierrez afirmou que,
quando se olha para a população de 2,3 bilhões de pessoas na
Índia e na China, há a tendência de ver esse contingente como "2,3 bilhões de consumidores", mas, na verdade, eles deveriam ser considerados como
"2,3 bilhões de competidores".
A estrutura da integração
continental, porém, não foi explicitada pelo secretário. A Alca
(Área de Livre Comércio das
Américas) nem foi citada por
Gutierrez, que parece mais inclinado a defender uma abordagem bilateral. "Hoje os EUA
têm acordos bem-sucedidos no
Nafta [Tratado de Livre Comércio da América do Norte],
Cafta-DR [Acordo de Livre Comércio da América Central e
República Dominicana], Chile
e Peru e estamos em conversas
com o Panamá. Precisamos fazer mais acordos com países
com quem não temos esse mesmo tipo de relação."
Durante a visita de Gutierrez
ao Brasil, o secretário assinou
um acordo com o ministro do
Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Esse instrumento é um mecanismo de consultas informais entre os dois países para fomentar o comércio
bilateral. Sobre a possibilidade
de esse documento vir a se tornar o primeiro passo de um
acordo de livre comércio entre
o Brasil e os EUA, Gutierrez
tergiversou: "Vamos ver o que
vai acontecer no futuro. A princípio, estamos comprometidos
com um diálogo comercial".
Pirataria
Na manhã de ontem, o secretário de Comércio americano
também reuniu-se com o governador de São Paulo, Cláudio
Lembo (PFL-SP). Na pauta, o
problema da pirataria.
"O Brasil fez progressos impressionantes nesses últimos
18 meses. É encorajador, mas
ainda há muito trabalho a fazer", avaliou. Apesar do elogio,
o Brasil ainda não saiu da lista
de países a serem observados
em relação ao desrespeito à
propriedade intelectual.
Os Estados Unidos chegaram
a ameaçar retirar o Brasil do
SGP (Sistema Geral de Preferências) como forma de punir o
país por atividades de pirataria.
Essa ameaça só foi suspensa em
janeiro deste ano.
A manutenção do Brasil nesse programa americano de
isenção de tarifas de importação tem sido benéfica para o comércio exterior brasileiro. Um
estudo elaborado pela Amcham (Câmara Americana de
Comércio para o Brasil) revela
que o país exportou, em 2005,
US$ 3,6 bilhões para os Estados
Unidos pelo SGP.
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