São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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Bush vai anunciar plano de moralização

DE NOVA YORK

Em meio a críticas e desconfiança, o presidente George W. Bush anuncia hoje em discurso em Wall Street seu plano para moralização do mercado de valores dos EUA. O pacote, que ainda será votado no Congresso, prevê prisão para os envolvidos.
O republicano tenta mudar a impressão de que sua administração tem sido leniente com os escândalos na contabilidade de balanços financeiros -leniência que seria causada pela ligação dele ou de membros de seu governo com as empresas acusadas.
Ontem, as críticas voltaram. O economista Paul Krugman, do "The New York Times", escreveu que a ida de Bush hoje ao centro financeiro para "ensinar ética" é uma "postura surrealista, dada a maneira como o secretário Thomas White, o vice-presidente, Dick Cheney, e o próprio Bush conseguiram sua fortuna."
Já o senador John McCain (Arizona), do mesmo partido de Bush, pediu a renúncia do presidente da Comissão de Valores Imobiliários (SEC), Harvey Pitt, apontado pela atual administração. Com ele concordou o senador democrata Tom Daschle para quem o presidente da SEC tem "uma relação muito íntima" com as empresas que deveria fiscalizar. A Casa Branca afirmou que o governo mantém a confiança nele.
O próprio presidente norte-americano teve sua atuação como empresário questionada na SEC. Em 1989, George W. Bush demorou 34 semanas para declarar a venda de ações em valor superior a US$ 1 milhão, quando dirigia a Harken Energy, do Texas.
Vendeu-as na alta, dias antes de nova queda, causada pela descoberta de truque contábil parecido com o usado em 2001 pela Enron.
Em entrevista coletiva ontem, o presidente disse acreditar que "a grande maioria dos executivos norte-americanos é respeitável" e que sua administração "perseguirá os que desrespeitarem a lei", mas não quis dar detalhes de seu discurso de hoje. (SD)


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