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Bush vai anunciar plano de moralização
DE NOVA YORK
Em meio a críticas e desconfiança, o presidente George W.
Bush anuncia hoje em discurso
em Wall Street seu plano para
moralização do mercado de valores dos EUA. O pacote, que ainda
será votado no Congresso, prevê
prisão para os envolvidos.
O republicano tenta mudar a
impressão de que sua administração tem sido leniente com os escândalos na contabilidade de balanços financeiros -leniência
que seria causada pela ligação dele ou de membros de seu governo
com as empresas acusadas.
Ontem, as críticas voltaram. O
economista Paul Krugman, do
"The New York Times", escreveu
que a ida de Bush hoje ao centro
financeiro para "ensinar ética" é
uma "postura surrealista, dada a
maneira como o secretário Thomas White, o vice-presidente,
Dick Cheney, e o próprio Bush
conseguiram sua fortuna."
Já o senador John McCain (Arizona), do mesmo partido de
Bush, pediu a renúncia do presidente da Comissão de Valores
Imobiliários (SEC), Harvey Pitt,
apontado pela atual administração. Com ele concordou o senador democrata Tom Daschle para
quem o presidente da SEC tem
"uma relação muito íntima" com
as empresas que deveria fiscalizar.
A Casa Branca afirmou que o governo mantém a confiança nele.
O próprio presidente norte-americano teve sua atuação como
empresário questionada na SEC.
Em 1989, George W. Bush demorou 34 semanas para declarar a
venda de ações em valor superior
a US$ 1 milhão, quando dirigia a
Harken Energy, do Texas.
Vendeu-as na alta, dias antes de
nova queda, causada pela descoberta de truque contábil parecido
com o usado em 2001 pela Enron.
Em entrevista coletiva ontem, o
presidente disse acreditar que "a
grande maioria dos executivos
norte-americanos é respeitável" e
que sua administração "perseguirá os que desrespeitarem a lei",
mas não quis dar detalhes de seu
discurso de hoje. (SD)
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