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BALANÇA
Ministro diz que juros caem
Superávit em 2003 será de US$ 8 bi, diz Amaral
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, prevê um saldo positivo entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões para a balança comercial no ano que vem. Na avaliação do ministro, o superávit já registrado neste ano, de US$ 2,658 bilhões, e
o desempenho fiscal do país abrem caminho para a redução da taxa de juros.
"Temos boas condições para caminhar para uma queda na taxa de juros", afirmou.
No entanto, Amaral evitou dizer quando poderia ocorrer a
queda na taxa de juros. "Isso já
não é comigo", declarou. "É verdade que ainda há muitas incertezas neste ano."
Na semana passada, o saldo da
balança comercial ficou positivo
em US$ 52 milhões, o que fez com
que o superávit acumulado no
ano superasse o saldo total do ano
passado, que foi positivo em US$
2,642 bilhões.
Fatores externos
Para Amaral, a recuperação da
economia americana e a queda do
déficit comercial com a Argentina
vão contribuir para realizar a projeção de saldo feita por ele para o
próximo ano.
O ministro diz acreditar que em
2003 o déficit comercial com a Argentina ficará entre US$ 2 bilhões
e US$ 2,5 bilhões. Neste ano, o
Brasil já acumula saldo negativo
de cerca de US$ 1,5 bilhão com o
parceiro do Mercosul. O governo
espera encerrar o ano com déficit
de US$ 3 bilhões com a Argentina.
O acordo automotivo assinado
na semana passada, durante a
reunião de cúpula do Mercosul,
em Buenos Aires, deve contribuir
para aumentar o buraco na conta
comercial com o vizinho.
O Brasil teve queda de 66% nas
exportações para a Argentina
neste ano. Mas, para ajudar o parceiro e fortalecer o Mercosul, o
governo concordou em importar
o dobro de carros que irá exportar
para a Argentina nos próximos 12
meses.
Essa é a base do acordo automotivo assinado em Buenos Aires.
Para cada carro exportado para a
Argentina, o Brasil poderá importar dois. Com isso, o governo espera contribuir para que o vizinho recupere sua economia e fortaleça sua indústria automotiva,
já que está previsto o livre comércio para o setor em 2006.
Anticalote
A razão para o otimismo de
Amaral sobre o futuro da relação
comercial com a Argentina, apesar da existência do déficit do setor automotivo, foi a retomada do
CCR (Convênio de Crédito Recíproco), também acertada em
Buenos Aires.
O CCR é uma câmara de compensação que dá mais segurança
às operações comerciais porque
evita o calote. Limitado a operações de até US$ 100 mil, os dois
países concordaram em elevar o
teto para US$ 300 milhões.
Com exceção do comércio de
trigo e petróleo, produtos que a
Argentina exporta para o Brasil e
para os quais necessita obter pagamento em dinheiro, o resto do
comércio será compensado nessa
câmara.
Segundo Amaral, os importadores argentinos poderão renegociar a dívida de cerca de US$ 500
milhões que acumulam com os
exportadores brasileiros desde o
colapso econômico do fim do ano
passado.
O desaquecimento da economia mundial, principalmente a
crise argentina, derrubou as exportações brasileiras em 13,4% e
as importações em 22,6% no primeiro semestre. Por isso o país
vem obtendo saldo positivo -as
importações caíram mais do que
as exportações.
"A economia americana já está
em trajetória de recuperação e deve crescer cerca de 2% neste ano",
disse Amaral. O ministro também
aposta nos resultados dos acordos econômicos de preferência
tarifária que o Brasil assinou com
o Chile e com o México no primeiro semestre.
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