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Lavagna estuda fazer
concessões a ex-estatais
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
O governo argentino negocia fazer concessões às empresas estrangeiras que controlam prestadoras de serviços públicos para
diminuir as pressões de governos
estrangeiros e do próprio FMI
(Fundo Monetário Internacional)
por reajustes de tarifas.
Entre as concessões propostas
pelo governo estão o alongamento dos prazos estabelecidos em
contrato para a exploração dos
serviços públicos -como água,
luz e telefone- e a redução das
metas de investimento previstas.
Em sua maioria, as antigas estatais foram privatizadas durante o
governo Carlos Menem (1989-1999), que aceitou indexar as tarifas públicas à cotação do dólar.
No entanto, em janeiro, quando
começou a desvalorização cambial, o governo congelou as tarifas
e anunciou que não cumpriria os
contratos. Desde então, as privatizadas têm feito pressões cada vez
maiores por reajustes.
No sábado, o presidente Eduardo Duhalde admitiu pela primeira vez que as tarifas serão reajustadas em 3% a 10%. Já as empresas pressionam o governo por aumentos de até 30%, com o argumento de que o valor do peso caiu
cerca de 70% ante o dólar.
Para resolver o impasse sem
correr o risco de haver uma disparada da inflação, o ministro Roberto Lavagna (Economia) propôs ontem o aumento "progressivo" das tarifas e o alongamento
dos contratos de concessão para
compensar as empresas. "Não vamos aceitar qualquer medida que
nos leve à hiperinflação", disse.
Segundo o ministro, a maioria
das empresas privatizadas já teria
aceitado essa proposta, que seria
agora negociada com o FMI.
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