São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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Lavagna estuda fazer concessões a ex-estatais

JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES

O governo argentino negocia fazer concessões às empresas estrangeiras que controlam prestadoras de serviços públicos para diminuir as pressões de governos estrangeiros e do próprio FMI (Fundo Monetário Internacional) por reajustes de tarifas.
Entre as concessões propostas pelo governo estão o alongamento dos prazos estabelecidos em contrato para a exploração dos serviços públicos -como água, luz e telefone- e a redução das metas de investimento previstas.
Em sua maioria, as antigas estatais foram privatizadas durante o governo Carlos Menem (1989-1999), que aceitou indexar as tarifas públicas à cotação do dólar.
No entanto, em janeiro, quando começou a desvalorização cambial, o governo congelou as tarifas e anunciou que não cumpriria os contratos. Desde então, as privatizadas têm feito pressões cada vez maiores por reajustes.
No sábado, o presidente Eduardo Duhalde admitiu pela primeira vez que as tarifas serão reajustadas em 3% a 10%. Já as empresas pressionam o governo por aumentos de até 30%, com o argumento de que o valor do peso caiu cerca de 70% ante o dólar.
Para resolver o impasse sem correr o risco de haver uma disparada da inflação, o ministro Roberto Lavagna (Economia) propôs ontem o aumento "progressivo" das tarifas e o alongamento dos contratos de concessão para compensar as empresas. "Não vamos aceitar qualquer medida que nos leve à hiperinflação", disse.
Segundo o ministro, a maioria das empresas privatizadas já teria aceitado essa proposta, que seria agora negociada com o FMI.



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