São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Liquidez é pequena; Bovespa sobe 1,55% e dólar cai 0,59%, apesar de grande instabilidade externa

Feriado em SP esvazia Bolsa, câmbio e juros

DA REPORTAGEM LOCAL

Em um dia de quase nenhuma liquidez, os indicadores financeiros fecharam em níveis positivos ontem. A falta de negócios se deveu ao feriado de hoje em São Paulo. Alguns profissionais já não trabalharam ontem.
Por esse motivo, analistas ressaltam que o bom comportamento dos mercados não pode ser considerado como sinalizador de uma tendência. A turbulência pode voltar amanhã.
O dólar iniciou a semana em queda de 0,59%, negociado a R$ 2,863. O Banco Central, como havia anunciado na semana passada, ofereceu sua ração diária ao mercado.
Vendeu US$ 50 milhões, pouco antes do meio-dia. A operação foi realizada pela manhã porque o dólar ameaçava ter um comportamento nervoso -a moeda chegou a subir 0,56%. Os negócios ainda repercutiam as pesquisas de intenção de voto divulgadas no final de semana. As sondagens mostraram o crescimento de Ciro Gomes (PPS) na preferência dos eleitores, o que levou o presidenciável a empatar tecnicamente com o candidato do governo, José Serra (PSDB).
A venda de dólares pelo BC e a reduzida quantidade de operadores dispostos a fechar negócios foram suficientes para conter a cotação. Além disso, os resultados da pesquisa já haviam vazado na sexta-feira e contribuído para que o dólar subisse 0,88%.
O risco-país brasileiro, medido pelo JP Morgan, caiu 1,6%, para 1.687 pontos.
A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,55% e movimentou apenas R$ 221,44 milhões. O mercado paulista não acompanhou as Bolsas internacionais, mais uma vez abaladas por um novo escândalo financeiro, desta vez da Merck.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros mantiveram a queda. Para os contratos mais negociados, com fechamento em janeiro de 2003, as taxas passaram de 24,56% na sexta-feira para 23,89% ontem.
Segundo operadores, o mercado interpretou a forte queda da produção industrial em maio como uma fonte de pressão para que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decida reduzir os juros brasileiros.
Uma queda da taxa, hoje em 18,5% ao ano, seria uma forma de estimular a atividade econômica.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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