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MERCADO FINANCEIRO
Liquidez é pequena; Bovespa sobe 1,55% e dólar cai 0,59%, apesar de grande instabilidade externa
Feriado em SP esvazia Bolsa, câmbio e juros
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um dia de quase nenhuma liquidez, os indicadores financeiros fecharam em níveis positivos ontem. A falta de negócios se deveu ao feriado de hoje em São
Paulo. Alguns profissionais já não trabalharam ontem.
Por esse motivo, analistas ressaltam que o bom comportamento dos mercados não pode ser considerado como sinalizador de
uma tendência. A turbulência pode voltar amanhã.
O dólar iniciou a semana em
queda de 0,59%, negociado a R$
2,863. O Banco Central, como havia anunciado na semana passada, ofereceu sua ração diária ao
mercado.
Vendeu US$ 50 milhões, pouco
antes do meio-dia. A operação foi
realizada pela manhã porque o
dólar ameaçava ter um comportamento nervoso -a moeda chegou a subir 0,56%. Os negócios
ainda repercutiam as pesquisas
de intenção de voto divulgadas no
final de semana. As sondagens
mostraram o crescimento de Ciro
Gomes (PPS) na preferência dos
eleitores, o que levou o presidenciável a empatar tecnicamente
com o candidato do governo, José
Serra (PSDB).
A venda de dólares pelo BC e a
reduzida quantidade de operadores dispostos a fechar negócios foram suficientes para conter a cotação. Além disso, os resultados
da pesquisa já haviam vazado na
sexta-feira e contribuído para que
o dólar subisse 0,88%.
O risco-país brasileiro, medido
pelo JP Morgan, caiu 1,6%, para
1.687 pontos.
A Bolsa de Valores de São Paulo
subiu 1,55% e movimentou apenas R$ 221,44 milhões. O mercado
paulista não acompanhou as Bolsas internacionais, mais uma vez
abaladas por um novo escândalo
financeiro, desta vez da Merck.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para
os juros mantiveram a queda. Para os contratos mais negociados,
com fechamento em janeiro de
2003, as taxas passaram de
24,56% na sexta-feira para
23,89% ontem.
Segundo operadores, o mercado interpretou a forte queda da
produção industrial em maio como uma fonte de pressão para
que o Copom (Comitê de Política
Monetária) do BC decida reduzir
os juros brasileiros.
Uma queda da taxa, hoje em
18,5% ao ano, seria uma forma de
estimular a atividade econômica.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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