São Paulo, domingo, 09 de julho de 2006

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Equipe econômica nega risco para meta de 2007

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe econômica não vê riscos de descumprimento da meta de superávit primário em 2007, mas reconhece que o ritmo de crescimento das despesas correntes do governo tem que ser contido para não reduzir o potencial de crescimento da economia.
De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, o governo já começou a enfrentar o problema. Uma das medidas é a proposta de redução desses gastos em 0,1% do PIB nos próximos três anos, como consta na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) enviada pelo Executivo ao Congresso.
"O gasto corrente hoje é coerente com a meta de superávit primário, mas, se continuar a tendência que vem desde 1996, de fato teremos cada vez menos espaço para investimentos e para a desoneração tributária", explicou o secretário.
O percentual de redução das despesas proposto pelo governo é considerado baixo pelos analistas que acompanham o resultado das contas fiscais.
Neste ano, por exemplo, as despesas primárias do Tesouro, da Previdência Social e do Banco Central devem subir de 22,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para 22,8% sem incluir o pagamento de juros, de acordo com as projeções da economista Sílvia Valadares, do Banco Itaú. Ou seja, o governo levaria três anos, até 2009, para reverter o crescimento dos gastos de 2006.

Carga tributária
Na avaliação de Kawall, há consenso na sociedade, no governo e entre os candidatos à Presidência da República de que não existe espaço para elevações da carga tributária.
Sem o governo poder arrecadar mais, ele acredita que a discussão sobre a qualidade do gasto público ganhará cada vez mais espaço na agenda, e nada impede que o governo faça cortes maiores que o percentual fixado na LDO.
Para o secretário, porém, essa decisão só poderá ser tomada pelo próximo governo. "Resolvido o quadro eleitoral, é o momento de discutirmos esse assunto. É importante não perder este momento para tratar dos gastos correntes", disse o secretário. (LP)


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