|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dia dos Pais vira termômetro para crise
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas do Dia dos Pais, o
varejo se prepara para enfrentar o
primeiro teste de vendas pós-estopim da crise política. Analistas
levam o cenário em conta na hora
de traçar expectativas de desempenho para o período. A Serasa
espera uma alta de, no máximo,
3% sobre 2004. "Acreditar num
1,5%, 1,8% a 2% de expansão nas
vendas na data parece razoável",
diz André Chagas, assessor econômico da Serasa.
A Associação Comercial de São
Paulo evita comentar projeções,
mas acredita que seja possível
atingir taxas de até 4%, na melhor
das hipóteses.
"O Dia dos Pais pode ser um indicador de desempenho do varejo
pós-crise, mas deve ser analisado
com cuidado", diz Fabio Pina,
economista da Fecomercio SP.
"Como é uma data, historicamente, com desempenhos mais fracos
que outras, como Natal, Dia das
Mães e Dia das Crianças, se ocorrer uma queda, não se pode atribuir apenas às instabilidades políticas", afirma ele.
Assim como Fabio Pina, Emílio
Alfieri, economista da ACSP, e
André Chagas, da Serasa, acreditam que o desempenho pode ser
analisado dentro dessa perspectiva. "Com a queda na confiança do
consumidor, já apontada em pesquisas recentes após o início da
crise, a tendência é que ocorra um
recuo na compra a crédito e um
aumento na venda à vista na data", diz Alfieri, da ACSP.
"Mas isso ainda depende de como o consumidor vai se comportar durante a semana", afirma ele.
Na primeira semana de agosto,
a última antes do Dia dos Pais, o
Indicador Serasa do Nível de Atividade do Comércio cresceu 1,3%
sobre 2004. Porém a base de análise é forte porque, no ano passado,
a data foi celebrada exatamente
na primeira semana do mês.
Nos últimos três anos, o desempenho na data seguiu o resultado,
positivo ou negativo, da semana
anterior. Exemplo: em 2004, a semana anterior teve alta de 0,5%, e
o Dia dos Pais registrou elevação
de 2,5% nas vendas, de acordo
com a Serasa.
(AM)
Texto Anterior: Devolução de cheques cresce 27% em julho Próximo Texto: "Risco mensalão": O ministro Luiz Marinho, que não vê contaminação política Índice
|