São Paulo, terça-feira, 09 de agosto de 2005

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Dia dos Pais vira termômetro para crise

DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas do Dia dos Pais, o varejo se prepara para enfrentar o primeiro teste de vendas pós-estopim da crise política. Analistas levam o cenário em conta na hora de traçar expectativas de desempenho para o período. A Serasa espera uma alta de, no máximo, 3% sobre 2004. "Acreditar num 1,5%, 1,8% a 2% de expansão nas vendas na data parece razoável", diz André Chagas, assessor econômico da Serasa.
A Associação Comercial de São Paulo evita comentar projeções, mas acredita que seja possível atingir taxas de até 4%, na melhor das hipóteses.
"O Dia dos Pais pode ser um indicador de desempenho do varejo pós-crise, mas deve ser analisado com cuidado", diz Fabio Pina, economista da Fecomercio SP. "Como é uma data, historicamente, com desempenhos mais fracos que outras, como Natal, Dia das Mães e Dia das Crianças, se ocorrer uma queda, não se pode atribuir apenas às instabilidades políticas", afirma ele.
Assim como Fabio Pina, Emílio Alfieri, economista da ACSP, e André Chagas, da Serasa, acreditam que o desempenho pode ser analisado dentro dessa perspectiva. "Com a queda na confiança do consumidor, já apontada em pesquisas recentes após o início da crise, a tendência é que ocorra um recuo na compra a crédito e um aumento na venda à vista na data", diz Alfieri, da ACSP.
"Mas isso ainda depende de como o consumidor vai se comportar durante a semana", afirma ele.
Na primeira semana de agosto, a última antes do Dia dos Pais, o Indicador Serasa do Nível de Atividade do Comércio cresceu 1,3% sobre 2004. Porém a base de análise é forte porque, no ano passado, a data foi celebrada exatamente na primeira semana do mês.
Nos últimos três anos, o desempenho na data seguiu o resultado, positivo ou negativo, da semana anterior. Exemplo: em 2004, a semana anterior teve alta de 0,5%, e o Dia dos Pais registrou elevação de 2,5% nas vendas, de acordo com a Serasa. (AM)


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