São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007 |
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Jereissati critica ação do governo para criar supertele Presidente do grupo La Fonte diz que Estado deve ficar fora de assunto privado Empresário admite o interesse na fusão ou na compra da Brasil Telecom pela Telemar, mas diz que o negócio não é prioridade
ELVIRA LOBATO EM SÃO PAULO O empresário Carlos Jereissati, presidente do grupo La Fonte e acionista do grupo Telemar (Oi), não acredita que o grupo de trabalho interministerial criado para analisar a criação de uma superconcessionária nacional anunciado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, vá adiante. Para ele, a iniciativa é uma ingerência indevida em assunto de interesse privado, uma vez que a supertele nasceria da fusão de duas empresas privadas: Telemar e Brasil Telecom (BrT), cujos acionistas nem sequer admitem, oficialmente, que estejam discutindo o tema. Avesso a entrevistas, Jereissati decidiu se expor após Costa defender, publicamente, que o governo tenha uma ação especial -chamada de "golden share"- que lhe dê direito de veto sobre decisões dos acionistas da futura empresa que sejam de "interesse nacional". "Num jogo desses, a La Fonte está fora", resumiu Jereissati. Presidente do Conselho de Administração da Telemar Participações, holding que controla o grupo Telemar, ele diz que fala só em nome do grupo La Fonte. Leia, a seguir, trechos da entrevista: FOLHA - O ministro Hélio Costa anunciou a criação do grupo de trabalho interministerial para estudar a fusão Telemar-Brasil Telecom. O que o sr. acha da iniciativa? Os sócios das duas empresas estão conversando com o governo sobre a fusão? CARLOS JEREISSATI - Soube do grupo de trabalho pela imprensa. A Telemar nunca participou de nenhuma negociação sobre a BrT com quem quer que seja. Fiquei perplexo e surpreso. Não vejo razão para esse grupo interministerial, nem sei se ele foi formado, mesmo. Como presidente do Conselho de Administração da holding que controla a Telemar, não recebi nenhuma informação oficial a respeito e duvido que o grupo tenha sido criado. FOLHA - Por que a dúvida?
FOLHA - O BNDES é um banco federal e tem a maior fatia, 25%, do
bloco de controle acionário da Telemar. Não seria plausível que já tivesse tratado do tema com o governo?
FOLHA - Depois do anúncio da criação do grupo interministerial, os
acionistas se reuniram para discutir
o caso?
FOLHA - A Telemar quer a fusão
com a Brasil Telecom?
FOLHA - O senhor não respondeu
se quer a fusão.
FOLHA - E sobre a "golden share"
defendida pelo ministro?
JEREISSATI - A Telemar está em
um processo de reestruturação
para valorizar suas ações, e a
"golden share" é a negação disso. Seria uma limitação dos direitos dos acionistas, que ficariam com uma ação de segunda
categoria, subordinada aos interesses do Estado. Num jogo
desses, o La Fonte está fora. |
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