São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Risco-país volta ao nível pré-tubulência

Indicador recua 9,79%, para 175 pontos; mercado mantém otimismo com nota do Fed, e Bolsa de SP avança 2,67%

Risco chegou a 222 pontos no dia 26; com agenda econômica vazia, ações sobem na Europa e nos EUA, e dólar cai 1,05%, a R$ 1,887

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Amparada no bom desempenho do mercado acionário mundial, a Bolsa de Valores de São Paulo teve ontem seu melhor pregão de agosto, ao registrar valorização de 2,67%.
O risco-país brasileiro teve queda considerável, de 9,79%, e retornou aos níveis praticados antes de a recente turbulência começar a sacudir o mercado. No fim do dia, o indicador de risco apontava 175 pontos, menor patamar desde 23 de julho.
Com a agenda econômica livre de dados que pudessem estressar os investidores, o mercado não encontrou empecilhos para conquistar ganhos.
O mercado europeu abriu embalado, repercutindo positivamente a nota divulgada pelo Fed (o banco central dos EUA) após sua reunião na tarde de terça, quando os juros do país foram mantidos em 5,25% anuais, e teve seu melhor dia em duas semanas.
O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações de européias, subiu 1,96%.
A Bolsa de Valores de Paris subiu 2,29%; Londres deu ganho de 1,35%; e, em Frankfurt, a elevação foi de 1,23%.
Em Nova York, a Bolsa eletrônica Nasdaq se destacou, com valorização de 2,01%. O índice Dow Jones, que reúne as ações norte-americanas de maior peso, subiu 1,14%.
"O principal evento da semana foi a reunião do Fed, que acabou por não trazer surpresas desagradáveis, como alguns temiam. Como os preços de muitos ativos ficaram baixos com as quedas recentes, o clima mais tranqüilo estimulou as compras e favoreceu a recuperação", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
O mercado financeiro global tem enfrentado pregões de muita oscilação desde 24 de julho. Temores de que os problemas de solvência nos créditos hipotecários dos clientes norte-americanos de maior risco se espalhassem para outros segmentos da economia levaram investidores a se desfazerem de ações e títulos de dívida.
A pesada venda de títulos da dívida brasileira fez com que o risco-país disparasse e batesse em seu maior nível do ano, de 222 pontos, em 26 de julho. O risco-país é medido pelo banco JP Morgan a partir de uma cesta de papéis da dívida externa.
Quando os investidores se desfazem dos títulos, o risco se eleva. Ontem, os papéis da dívida externa do Brasil foram procurados com maior apetite, e o risco caiu fortemente.
Com o mercado menos tenso, o dólar não ofereceu resistências. Vendido a R$ 1,887, terminou em queda de 1,05%.
As ações subiram em bloco no pregão da Bolsa ontem. Apenas dois papéis -entre os 59 que compõem o Ibovespa- terminaram em baixa: Cosan ON (-1,81%) e Gol PN (-0,64%).
No topo das alta, apareceu TIM Participações ON (7,83%).
Ontem, as ações da B2W Companhia Global passaram a ser negociadas na Bolsa e subiram 1,78%. A empresa foi criada a partir da fusão do Submarino com a Americanas.com. Os novos papéis substituíram as ações ON do Submarino.


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