|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Laboratório nega relação com aftosa
Merial afirma que vírus da doença não saiu de suas instalações no Reino Unido
Ministro da Agricultura brasileiro diz que o foco de febre aftosa no Reino Unido não vai alterar o comércio de carnes para o país
DA REDAÇÃO
O laboratório Merial se defendeu das suspeitas de que o
vírus da febre aftosa encontrado no rebanho bovino do Reino
Unido tenha se disseminado a
partir de suas instalações. Ele
afirmou que realizou investigações internas e que não há evidências de que a doença tenha
saído, "por humanos", de seu
centro de pesquisas.
O ministro para Assuntos de
Ambiente, Alimentos e Rurais,
Hilary Benn, afirmou que o governo continua trabalhando
com a hipótese de sabotagem
para o aparecimento da doença. Questionado se a ação humana proposital foi a causa da
doença, ele disse que a "verdade é que nós não sabemos. Estamos muito ansiosos [por uma
resposta]".
Um informe preliminar do
Departamento de Saúde e Sanidade do governo britânico disse
que há uma "real possibilidade"
de que a liberação do vírus tenha envolvido "movimento humano".
O Merial, que pertence aos
laboratórios Merck e Sanofi-Aventis, e o governamental
Instituto Público para Saúde
Animal (IAH, na sigla em inglês) estão localizados a cerca
de oito quilômetros dos dois focos encontrados da doença, na
região de Surrey (a oeste de
Londres). Mais de 200 animais
já foram sacrificados desde a
última sexta-feira, quando foi
registrado o primeiro caso da
doença.
Os dois laboratórios estavam
realizando trabalhos que envolviam o vírus. O Merial trabalhava na fabricação em larga escala de vacinas para a doença, e
o IAH fazia pesquisas sobre a
febre aftosa.
Brasil
O ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes, disse ontem que o foco de febre aftosa
no Reino Unido não vai alterar
o comércio de carnes para o
Brasil. "É uma questão isolada,
acredito que trará poucas alterações", disse Stephanes.
"O Brasil já é um grande exportador de carnes, exporta para mais de 150 países. As exportações devem continuar da
mesma ordem." Ele afirmou
que o "Brasil faz seu dever ao
cuidar de sua questão sanitária
e ao cumprir as exigências internacionais".
O secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Afonso
Kroetz, comentou também o
fim do embargo russo para sete
frigoríficos brasileiros, anunciado na terça-feira.
"Estamos cumprindo as exigências, países que mantêm
embargo poderão voltar a importar. A Rússia é um país fundamental para as exportações",
disse Kroetz.
O embargo acontecia desde
maio em dois frigoríficos em
Goiás, dois em São Paulo, dois
em Santa Catarina e um no Rio
Grande do Sul.
Segundo Stephanes, novas
instalações devem ser reavaliadas para voltar à exportação
nos próximos dias: duas no Rio
Grande do Sul e uma em São
Paulo.
Colaborou VINICIUS ABBATE,
da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: Lula defende lucro recorde de bancos Índice
|