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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Indústria deve resistir à pressão salarial
Os empresários da indústria
não vão ceder às pressões dos
trabalhadores por reajustes expressivos nos salários negociados neste ano. Com as margens
de lucro reduzidas e a produtividade em nível baixo, eles terão fortes argumentos para endurecer e não conceder aumentos consideráveis. A opinião é
de André Carvalho, sócio da
consultoria Main Street e ex-economista-chefe da Fiesp.
Para ele, a disputa entre trabalhadores e empresários para
negociar reajuste salarial vai
ser grande neste ano.
Por um lado, os empresários
vão argumentar que ainda estão debilitados por conta da crise e não têm fôlego para conceder aumentos. De outro, os trabalhadores vão olhar para frente e afirmar que as empresas já
estão em recuperação.
Quando não há acordo e a decisão cai para a Justiça do Trabalho, em geral, a sentença determina reposição de 100% da
inflação do ano anterior, segundo Carvalho.
"Quando a inflação girava entre 15% e 20% ao ano, a decisão
era vantajosa para o trabalhador. Agora que a inflação está
em níveis bem mais baixos, o
mesmo parecer favoreceria o
empresário", afirma. "Ou seja,
para os empresários não fechar
acordo com os sindicatos é um
bom negócio. Por isso, eles vão
endurecer."
Para Carvalho, os argumentos que os empresários vão usar
para evitar aumentos expressivos nos salários serão os próprios dados da economia.
A queda de 5% no emprego
da indústria no primeiro semestre do ano foi menor que a
redução de 13,4% na produção
nacional do setor no período,
segundo dados do IBGE.
De acordo com o economista,
esses indicadores impactam no
custo unitário do trabalho (razão entre o salário real médio e
a produtividade). "Esse custo
cresceu muito no primeiro semestre do ano e ficará maior
com aumentos salariais", diz.
Nem as greves ou paralisações, tradicionais ações dos trabalhadores para pressionar os
patrões, teriam a mesma força
neste ano. "A demanda está tão
fraca que não trariam grandes
problemas para as empresas."
MENU ÚNICO
O bistrô L'Entrecôte de Ma Tante, recém-inaugurado no
bairro do Itaim, em São Paulo, está negociando parcerias para abrir unidades em outras capitais, como Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília e Porto Alegre. Com
um menu único, o entrecôte regado a molho, o restaurante
recebe cerca de 400 pessoas por dia. "O menu único facilita
que esse modelo seja replicado em vários lugares", diz Edson
D" Aguano, um dos sócios. Segundo ele, as parcerias serão
por meio de joint ventures entre os cinco sócios do restaurante e outros empresários. O investimento inicial para
abrir uma unidade é de cerca de R$ 1 milhão. Entre os interessados, estão shopping centers e empresários.
ALUGADO
Os preços dos aluguéis de
espaços de escritórios de
classe A nas principais cidades brasileiras caíram 0,92%
no segundo trimestre, segundo a consultoria americana Cushman & Wakefield.
Em São Paulo, a queda foi
maior, de 4,2%, e o metro
quadrado está sendo negociado hoje, em média, a R$
81,64 ao mês. Para Milena
Morales, executiva da Cushman, a queda foi baixa. "O
mercado continua aquecido,
e não há espaços disponíveis
em muitas cidades."
CONSELHO
Será lançado neste mês o
livro "Conselhos para o CEO
- Como Vencer em Tempos
de Crise" (editora Campus-Elsevier). Nele, o autor, Darrell Rigby, sócio da Bain &
Company, que esteve no
Brasil recentemente para falar de crise e inovação, aborda conselhos para empresas
que ainda enfrentam as consequências da crise. O livro
será lançado simultaneamente nos EUA pela Harvard Business Press.
MASCULINO
São homens 96% dos profissionais que participam de
programas de expatriação
nas empresas, segundo pesquisa do Hay Group com 27
empresas que atuam no Brasil. Entre os profissionais
que são transferidos para assumir cargos de alto escalão
em outros países, 43% têm
idade superior a 45 anos,
65% são casados e 82% deles
levam a família para o exterior. Entres os solteiros, 52%
seguem para o exterior para
ocupar cargos de níveis profissional e técnico.
TIO SAM
O Wal-Mart apresenta hoje, em sua primeira campanha
publicitária no Brasil, país em que está presente há 14
anos, seu novo nome e logotipo: Walmart, agora sem hífen. Feita no Brasil pela agência Africa, a campanha traz
como garoto-propaganda da empresa seu próprio fundador, Sam Walton. A mensagem publicitária é que a economia feita ao comprar no Walmart pode ser revertida em
qualidade de vida.
CHOCOLATE
Os franqueados da Kopenhagen, do Grupo CRM,
mostraram interesse também na franquia Brasil Cacau, marca mais popular de
lojas de chocolate do CRM.
Assinaram o protocolo de intenção para abrir franquias
Brasil Cacau 88 franqueados
Kopenhagen. A demanda fez
o CRM revisar para cima sua
projeção de abrir 50 lojas
Brasil Cacau neste ano.
MATE
A MegaMatte faturou R$
18 milhões no primeiro semestre, 68% acima do mesmo período de 2008. Com
oito novas lojas na região Sudeste neste ano, a empresa
soma 48 unidades. Nos planos, mais 15 lojas em 2009.
EM CASA
A multinacional Trend
Micro, de segurança para a
internet, entrou em julho no
mercado brasileiro de consumidores domésticos. A expectativa é que o segmento
responda por 10% do faturamento da empresa neste
ano. O restante se refere ao
segmento corporativo.
TELES
Nomes de peso do setor de
telecomunicações se reúnem para debater investimentos em banda larga no
53º Painel Telebrasil (associação das teles), nos dias 26
e 27, no Guarujá (SP). Estarão presentes João Cox Neto
(Claro), Luiz Eduardo Falco
(Oi) e Roberto Oliveira de Lima (Vivo), entre outros.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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