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APLICAÇÕES
Mercado não vê crise, pois R$ 3,5 bi saíram de um FAC exclusivo em agosto
Fundos de investimento
têm resgates de R$ 3,885 bi
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de fundos de investimento registrou resgates líquidos de R$ 3,885 bilhões em agosto. Mas, diferentemente do que
parece, o resultado não significa
que o mercado de fundos esteja
vivendo uma crise.
Segundo o site Fortuna, que faz
minucioso acompanhamento dos
fundos de investimento, apenas
um fundo exclusivo (o FAC Milênio) foi responsável pela saída líquida de R$ 3,5 bilhões -ou 90%
de todo o saldo negativo registrado em agosto.
Detalhes sobre esse fundo, que é
exclusivo, não são divulgados pela Anbid por solicitação do próprio cotista. Os fundos exclusivos
geralmente têm só um cotista, que
pode ser uma empresa ou um
grande investidor.
Dados da Anbid (Associação
Nacional dos Bancos de Investimentos) ainda mostram que, da
captação negativa (diferença entre saques e aplicações) do mês,
R$ 1,1 bilhão é referente ao pagamento de Imposto de Renda.
Marcelo D'Agosto, sócio-diretor do site Fortuna, afirma que, se
não fosse por esse resgate, "a indústria de fundos teria se mantido
praticamente estável durante o
mês de agosto".
No ano, o mercado de fundos
tem captação positiva de R$ 9,8
bilhões. O patrimônio líquido do
mercado era de R$ 558 bilhões no
último dia 1º.
Um dos principais destaques do
mês foram os fundos de previdência, que tiveram captação líquida de R$ 865 milhões. No ano,
acumulam captação de R$ 6,04
bilhões.
Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) também seguem
atraindo os investidores. Em
agosto, esse tipo de aplicação captou R$ 1,65 bilhão. "O CDB tem
um ganho potencial menor, mas é
menos volátil que outras aplicações. Isso atrai uma parcela dos
investidores", diz José Alberto
Tovar, sócio-diretor da Arx Capital Management.
Em agosto, os CDBs prefixados
deram rentabilidade média de
1,29%. A caderneta de poupança
pagou 0,70%.
A mais conservadora das aplicações, a caderneta de poupança, teve captação negativa de R$ 232,6
milhões em agosto. Mas, entre
maio e julho, a poupança registrou captação positiva de cerca de
R$ 4 bilhões.
Os fundos multimercados foram o principal destaque negativo. Essa modalidade de aplicação
registrou saída líquida de R$ 2,08
bilhões em agosto. Os multimercados carregam tanto títulos de
renda fixa como de renda variável
e representam risco maior para os
investidores. Analistas avaliam
que esse tipo de aplicação é positiva para o médio e longo prazos.
Perdas
O pior mês do ano para os fundos de investimentos foi maio,
quando a captação do mercado ficou negativa em R$ 4,076 bilhões.
No período, o Tesouro Nacional
chegou a cancelar leilões de venda
de títulos públicos, além de recomprar papéis do governo de
prazos de vencimento mais longos (entre 2007 e 2009). Isso aconteceu como resposta do governo à
elevada turbulência do mercado.
Os títulos públicos estavam sofrendo desvalorização, especialmente em abril e maio. Como
fundos de renda fixa e DI carregam esses papéis, passaram a perder rentabilidade, espantando
muitos investidores.
No próximo mês, a entrada em
vigor da conta-investimento deve
ajudar a melhorar o desempenho
dos fundos.
A conta-investimento foi criada
pelo governo para permitir que os
investidores, sobretudo as pessoas físicas, possam trocar de fundos sem ter de pagar a CPMF.
Uma vez depositados os recursos
na conta-investimento, o aplicador poderá trocar de fundo e de
gestor sem pagar a contribuição
de 0,38%.
(FABRICIO VIEIRA)
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