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Mercado Aberto
Guilherme Barros -@ guilherme.barros@uol.com.br
PIB fraco influencia decisão do Copom
Apesar de a ata do Copom divulgada ontem ter indicado que
será adotada "mais parcimônia" nas próximas reuniões, o
ambiente econômico é de tal
modo favorável para manter a
inflação baixa que parece pouco provável a redução do ritmo
de corte da taxa de juros, segundo o economista Roberto
Padovani, da Tendências.
Tudo leva a crer, para Padovani, que o Banco Central irá
provavelmente postergar a
"maior parcimônia" que já vinha sendo esperada na última
reunião e promova um novo
corte de 0,5 ponto percentual
na reunião de outubro
A decisão do Copom de agosto, de acordo com Padovani,
pode representar uma mudança na forma como o mercado
irá formar as expectativas em
relação à taxa de juros. "Ficou
claro que a conjuntura econômica também terá espaço importante nas decisões do Copom", diz.
O economista Octavio de
Barros, diretor de pesquisa e
estudos econômicos do Bradesco, também aposta num novo corte de 0,5 ponto percentual em outubro. Ainda que o
BC opere em um regime de metas seja a inflação, ele também
acha que a recuperação mais
modesta da atividade no primeiro semestre influenciou a
decisão do Copom.
Para Octavio de Barros, dado
que "há um amplo conforto em
relação à meta deste ano, o BC
não precisa tomar riscos em
termos da atividade".
Para 2007, o economista
acha provável que o BC continue o processo de redução dos
juros. "Não podemos descartar
um processo longo de redução
dos juros sujeitos a algumas interrupções mas sem grandes
riscos para a inflação por conta
do crescimento próximo ao potencial, da menor inércia inflacionária, do patamar esperado
para a taxa de câmbio e da folga
em termos das contas externas
nos próximos trimestres", diz.
CORES DO BRASIL
O Caras do Brasil, programa de apoio a pequenos fornecedores do grupo Pão de Açúcar, está completando três anos.
No período, o faturamento mensal do programa subiu de
R$ 33 mil mensais durante os cinco primeiros meses para os
atuais R$ 2 milhões ao mês. De acordo com Beatriz Queiroz,
responsável pelo programa, o grupo oferece às comunidades
produtoras condições facilitadas de fornecimento, como redução do prazo de pagamento e da margem de lucro para a
cadeia varejista. "Escolhemos fornecedores que trabalham
de forma sustentável, com geração de renda, inclusão social
e respeito ao meio ambiente", afirma Queiroz. O programa
está presente em 36 lojas espalhadas por 19 Estados.
DESENVOLVIMENTO
A Academia Brasileira de
Letras realiza, na próxima
quinta, a sexta edição do seminário "Brasil, brasis", com
coordenação do acadêmico
Affonso Arinos de Mello
Franco e exposição do ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal. O objetivo é debater impasses e
impactos sócio-culturais do
desenvolvimento regional.
Participam Wilson Cano
(Unicamp), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira (Firjan),
Clóvis Cavalcanti (UFPE) e
Roberto Cavalcanti de Albuquerque (Inae).
PONTE AÉREA
A AaA PUC-Rio (Associação dos Antigos Alunos da
PUC-Rio) vai inaugurar, na
próxima semana, seu núcleo
em São Paulo, com almoço
no WTC, com a presença do
reitor da universidade. Fazem parte do comitê organizador, além de Thomás Tosta de Sá (presidente da associação no Rio) e de Fernando Curado (presidente do
grupo em SP), os ex-alunos
Alceu Amoroso Lima Filho,
Mauro Salles, Josino de Almeida Fonseca, Gilberto Bomeny, Hélio Lima e Luciana
Caldas.
DESPERDÍCIO
Em palestra no Instituto
Fernando Henrique Cardoso, o economista Albert Fishlow, professor da Universidade de Columbia em Nova
York, afirmou que o Brasil
não soube aproveitar a janela de oportunidade aberta
nos últimos quatro anos de
melhor conjuntura internacional desde o começo dos
anos 70, e não teria mais
tempo a perder para acelerar reformas nas áreas fiscal,
microeconômica e educacional para fazer frente aos
desafios que vêm pela frente. Fishlow manifestou
preocupações para o médio
prazo. Ele não vê boas chances para a resolução dos desequilíbrios financeiros da
economia norte-americana
no mandato de Bush e de seu
sucessor, uma vez que isso
implicaria medidas impopulares, a começar pelo aumento de impostos. Fishlow
disse que enxerga riscos
também -sobretudo políticos- para a manutenção do
ritmo de crescimento na
China. No curto prazo, no
entanto, o economista disse
acreditar em um cenário de
manutenção do crescimento
na China e na desaceleração
suave da economia norte-americana, sem estouro da
"bolha imobiliária" que sustentou a atividade econômica daquele país nos últimos
anos. Essa combinação permitiria a continuidade de
uma situação positiva, ainda
que em um ritmo menor do
que o dos últimos quatro
anos.
NAS AMÉRICAS
A América Móvil, empresa
de telefonia celular, acaba de
unificar suas marcas na
América Central com o nome Claro. Criada no Brasil, a
marca já havia sido exportada para as empresas do grupo no Chile e no Peru. A Claro está agora em sete países
da América Latina -Brasil,
Chile, Peru, Guatemala, El
Salvador, Honduras e Nicarágua-, totalizando 30 milhões de usuários no continente.
Codesp proíbe atracação de inadimplentes
Na próxima segunda, a
Codesp (Companhia Docas
do Estado de São Paulo), administradora do porto de
Santos, irá determinar a
proibição de atracação de
embarcações de empresas
arrendatárias do porto que
estejam inadimplentes. Na
lista, há cerca de 20 empresas com dívidas de atracação, de movimentação, de
mensalidades e de locação
de terminais. O objetivo é de
pressioná-las a pagar o que
devem para que o próprio
porto possa quitar cerca de
R$ 700 milhões em passivos
trabalhistas e fiscal. Segundo Mauro Marques, diretor
administrativo e financeiro
da Codesp, o porto arrecada
entre R$ 35 milhões e R$ 40
milhões por mês. Das 20
empresas devedoras, Marques diz que nove ainda não
renegociaram suas dívidas.
O diretor da Codesp aponta
a Libra Terminais como "a
maior e mais problemática"
devedora, com R$ 428 milhões em dívida. "Nós chegamos a recalcular a dívida
com a Justiça há quatro meses, que seria paga em 33
anos, a R$ 300 mil por mês,
mas a empresa ignora", diz
Marques. O presidente da
Libra, Mauro Salgado, nega
que a empresa esteja inadimplente. Segundo ele, há
dois contratos de arrendamento com o porto e uma
pendência desde o início do
contrato, em 1998. A pendência, segundo ele, seria de
a empresa ter recebido um
terminal diferente do previsto no contrato. Salgado
contesta o valor de R$ 428
milhões para a dívida. De
acordo com ele, a Libra não
deve ser impedida de atracar
na segunda porque não faz
parte do grupo de empresas
inadimplentes. Marques diz,
porém, que a Libra Terminais foi considerada inadimplente na Justiça. Ele diz
que até já avisou aos juízes
da proibição de atracação
das embarcações da Libra.
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