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Após fracasso, G20 tenta ressuscitar Doha
Reunião no Rio será a mais importante desde que negociações para liberalizar comércio mundial foram suspensas, em julho
Encontro, que tem
finalidade política, e não
negociadora, contará com
representantes de EUA,
União Européia e OMC
Jeff McIntosh/Associated Press
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O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Rodrigo de Rato, fala em Calgary, no Canadá |
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os principais negociadores
da Rodada Doha estarão a partir de hoje no Rio para participar do encontro do G20. Será a
mais importante reunião desde
que as negociações para a liberalização do comercio mundial
emperraram, em julho, em Genebra, por falta de entendimento sobre redução de subsídios domésticos para a produção agrícola oferecidos pelo governo dos Estados Unidos.
O G20 é o grupo de países exportadores de produtos agrícolas, formado durante a Rodada
Doha sob a liderança do Brasil e
da Índia, que defende o fim dos
subsídios nos países ricos e
maior acesso a esses mercados.
Embora tenha finalidade política, e não negociadora, o encontro convocado pelo ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim, ganhou importância porque foi o tema agrícola que paralisou a negociação.
Personagens-chave das negociações comerciais vão debater, separadamente, com os ministros dos países que integram
o G20, no Copacabana Palace.
O grupo receberá a representante de comércio dos EUA, Susan Schwab, o Comissário de
Comércio da União Européia,
Peter Mandelson, e o ministro
da Agricultura do Japão, Shoichi Nakagawa, representantes
dos principais países com
maior sensibilidade na liberalização do comércio agrícola, base da economia da maioria dos
países pobres. Pascal Lamy, diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio),
também participará.
Além deles, também virão ao
Rio representantes dos países
mais prejudicados tanto pelo
protecionismo quanto pelos
gastos das economias mais industrializadas para manter
suas atividades agrícolas artificialmente competitivas.
Mensagem política
"O encontro representa uma
mensagem política de alto nível
de que a suspensão da Rodada
Doha não é boa e não agrada a
ninguém. Não vamos sair do
encontro com as bases do relançamento da rodada, mas a
mensagem política é importante como esforço para que as negociações sejam retomadas no
nível que for possível", disse o
diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, ministro Roberto Azevedo.
Segundo ele, com a paralisação da rodada, é quase certo
que será preciso renovar a autorização dada pelo Congresso
americano para que o Executivo negocie acordos comerciais,
conhecido como TPA (Trade
Promotion Authority), que
vence em julho de 2007, e sem a
qual não há rodada. O ponto
mais sensível da possível retomada das negociações é manter
os ganhos obtidos desde que a
rodada foi lançada, em 2001.
O ganho mais importante foi
o compromisso dos países ricos
de eliminar, até 2013, os subsídios que oferecem às exportações de seus produtos agrícolas. Falta agora acordo para reduzir os gastos governamentais
com produção doméstica.
EUA
A representante comercial
dos EUA, Susan Schwab, que
participará da reunião, disse
estar "ativamente procurando
um modo de prosseguir com a
Rodada Doha".
"Francamente, o G6 [EUA,
UE, Brasil, Índia, Austrália e
Japão] não conseguiu trazer
uma solução. Nós precisamos
adicionar novas vozes a esse
diálogo e achar parceiros comerciais com mentes abertas
que compartilhem do objetivo
de uma rodada ambiciosa."
Colaborou a Redação
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