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Volks mundial afirma que Brasil vai bem
Subsidiária brasileira, que planejou demissões, faz parte da região com o maior crescimento de vendas do grupo no ano
No 1º semestre, vendas na
América do Sul e na África do Sul subiram 42,2%; mas
montadora fala de perdas
cambiais nessa região
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em conversa com analistas
na última segunda-feira, em
Londres, o comando do grupo
Volkswagen disse que há previsão de "forte demanda" por veículos da marca na América do
Sul, com uma "bem-sucedida
mudança nos rumos" da empresa na região. Afirma ainda
que "as vendas aos consumidores no Brasil têm crescido". De
janeiro a junho, a montadora
vendeu 4,3 bilhões nos países
da América do Sul mais a África
do Sul. O valor é 42,2% superior ao do mesmo período de
2005, segundo a "apresentação
estratégica" divulgada no encontro.
A taxa de crescimento é a
maior da multinacional alemã
entre todas as áreas em que
opera -Europa, América do
Norte, Ásia/Pacífico.
O lucro operacional da Volks
na América do Sul e África do
Sul cresceu 53,2% no primeiro
semestre -a melhor taxa para
todas as regiões analisadas- e
atingiu 144 milhões ao final
de junho. Não há indicadores
de vendas apenas de Brasil.
Os dados fizeram parte da
exposição a analistas coordenada pelo presidente do grupo
Volkswagen, Bernd Pischetsrieder, e por seu diretor financeiro, Hans Dieter Poetsch.
A empresa voltou a confirmar no encontro que há uma
perda cambial localizada na
América do Sul e isso tem afetado negativamente o desempenho do grupo. Ainda informa, independentemente dos
ganhos de vendas na região,
que "ajustes na capacidade [de
produção] são inevitáveis".
No Brasil, a companhia
anunciou no dia 3 de maio um
amplo projeto de reestruturação que inclui a demissão de
trabalhadores, corte de benefícios dos empregados e redução
dos custos das fábricas como
parte de um plano global do
grupo alemão.
PDV global
No último dia 4, na mesma
data que o comando da empresa se reunia em Londres, a
Volkswagen recuou e suspendeu as 1.800 cartas de demissão
distribuídas a trabalhadores de
São Bernardo do Campo. Também propôs ao Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC (CUT)
retomar as negociações para
discutir o plano de reestruturação da empresa no país.
A Volks do Brasil tem de
apresentar até a primeira quinzena deste mês, em reunião na
Alemanha, um acordo para a
redução de custos no Brasil.
Na reunião do comando da
Volks, foi anunciado ainda que
cerca de 3.500 trabalhadores
da fabricante aceitaram deixar
seus empregos no primeiro semestre de 2007 na Alemanha.
Isso por meio de programa de
demissões voluntárias, segundo Pischetsrieder
O grupo disse que vai lançar
28 modelos nos próximos dois
anos, segundo Poetsch. O executivo espera que o volume de
vendas, em 2007, cresça a uma
taxa inferior à deste ano, mas
com aumento do lucro superior
ao crescimento das vendas e
com custos laborais, de produção e de desenvolvimento de
produto em redução.
Poetsch reforçou ser "imperativo" chegar a um acordo com
os sindicatos sobre custos e
competitividade no trabalho.
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