São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007

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Classe C é o motor para as vendas de PCs, afirma maior produtora brasileira

DA REPORTAGEM LOCAL

A Positivo Informática se firmou na segunda colocação entre os maiores fabricantes de computadores na América Latina. É o que revela o último levantamento do Gartner, um dos maiores institutos de pesquisa do mundo. No segundo trimestre deste ano, as vendas da Positivo somaram 383,8 mil unidades, um crescimento de 91,6% em relação ao mesmo período de 2006. O presidente da Positivo, Hélio Rotenberg, comenta o resultado. (JW)  

FOLHA - Como explicar um crescimento de quase três dígitos?
HÉLIO ROTENBERG
- Há dois fatores: a queda do preço dos equipamentos e a crescente oferta de crédito na praça. As grandes redes varejistas -que focam na população de baixa renda- estão parcelando ainda mais os equipamentos sem cobrar juros. Elas fazem isso com recursos próprios ou com dinheiro oferecido pelo BNDES, com o programa "Computador para Todos". Nesse caso, os juros mensais são menores que 2%.

FOLHA - A participação da Positivo nas vendas das grandes lojas é tão grande assim?
ROTENBERG
- Elas afirmam que é de cerca de 33%. Por isso crescemos mais que a concorrência. A Dell não opera no varejo. Hoje só perdemos para a HP. Mas há um detalhe nessa disputa: essas empresas vendem em toda a América Latina. A Positivo só atende o Brasil.

FOLHA - Daria para obter esse resultado sem a isenção de impostos?
ROTENBERG
- O "desconto" do PIS e da Cofins nos micros de até R$ 4.000 foi fundamental. Em 2004, não havia máquinas abaixo de R$ 1.999. Hoje, temos produtos de R$ 899. O consumo explodiu, e o governo arrecada sobre o crescimento do consumo. Isso sem contar a geração de empregos fixos. Todos ganharam com a isenção.

FOLHA - Por que essas pessoas compram computadores?
ROTENBERG
- Para se conectarem à internet. É uma chance de oferecerem mais educação à família, especialmente para os filhos. Não por acaso, há dois anos o computador representava menos de 1% das vendas das grandes redes varejistas. Hoje, esse índice chega a 10%.

FOLHA - Quais são as previsões para os próximos anos?
ROTENBERG
- A penetração dos computadores na classe A é de 88%. Entre eles, o crescimento das vendas deverá ser constante e na casa dos 10% ao ano. Na classe C, só 18,6% têm computador. Evidentemente, não deixaremos de atender os mais abastados, mas estamos focando nos menos favorecidos. Eles têm sido o motor das vendas.


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