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Classe C é o motor para as vendas de PCs, afirma maior produtora brasileira
DA REPORTAGEM LOCAL
A Positivo Informática se firmou na segunda colocação entre os maiores fabricantes de
computadores na América Latina. É o que revela o último levantamento do Gartner, um
dos maiores institutos de pesquisa do mundo. No segundo
trimestre deste ano, as vendas
da Positivo somaram 383,8 mil
unidades, um crescimento de
91,6% em relação ao mesmo período de 2006. O presidente da
Positivo, Hélio Rotenberg, comenta o resultado.
(JW)
FOLHA - Como explicar um crescimento de quase três dígitos?
HÉLIO ROTENBERG - Há dois fatores: a queda do preço dos equipamentos e a crescente oferta
de crédito na praça. As grandes
redes varejistas -que focam na
população de baixa renda- estão parcelando ainda mais os
equipamentos sem cobrar juros. Elas fazem isso com recursos próprios ou com dinheiro
oferecido pelo BNDES, com o
programa "Computador para
Todos". Nesse caso, os juros
mensais são menores que 2%.
FOLHA - A participação da Positivo
nas vendas das grandes lojas é tão
grande assim?
ROTENBERG - Elas afirmam que
é de cerca de 33%. Por isso crescemos mais que a concorrência. A Dell não opera no varejo.
Hoje só perdemos para a HP.
Mas há um detalhe nessa disputa: essas empresas vendem
em toda a América Latina. A
Positivo só atende o Brasil.
FOLHA - Daria para obter esse resultado sem a isenção de impostos?
ROTENBERG - O "desconto" do
PIS e da Cofins nos micros de
até R$ 4.000 foi fundamental.
Em 2004, não havia máquinas
abaixo de R$ 1.999. Hoje, temos
produtos de R$ 899. O consumo explodiu, e o governo arrecada sobre o crescimento do
consumo. Isso sem contar a geração de empregos fixos. Todos
ganharam com a isenção.
FOLHA - Por que essas pessoas
compram computadores?
ROTENBERG - Para se conectarem à internet. É uma chance
de oferecerem mais educação à
família, especialmente para os
filhos. Não por acaso, há dois
anos o computador representava menos de 1% das vendas das
grandes redes varejistas. Hoje,
esse índice chega a 10%.
FOLHA - Quais são as previsões para os próximos anos?
ROTENBERG - A penetração dos
computadores na classe A é de
88%. Entre eles, o crescimento
das vendas deverá ser constante e na casa dos 10% ao ano. Na
classe C, só 18,6% têm computador. Evidentemente, não deixaremos de atender os mais
abastados, mas estamos focando nos menos favorecidos. Eles
têm sido o motor das vendas.
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