São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2008

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BCs elogiam ação, mas alertam para riscos

Para Trichet, presidente do Banco Central Europeu, a economia mundial continua em crise e a inflação está à espreita

Com a intervenção da Casa Branca no domingo, as principais Bolsas européias (Londres, Paris e Frankfurt) fecharam ontem em alta


MARCELO NINIO
DE GENEBRA

A decisão do governo americano de assumir o controle das principais operadores de crédito imobiliário do país foi aplaudida pelos presidentes dos maiores bancos centrais do mundo, que ontem estiveram reunidos em Basiléia (Suíça). O resgate bilionário também tranqüilizou os mercados financeiros da Europa, que tiveram altas significativas.
Mas o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, alertou que a economia mundial continua em crise e que a inflação está à espreita. Falando em seu habitual estilo comedido, Trichet elogiou a ação nos EUA. "Foi uma decisão muito importante e bem-vinda, levando em conta as circunstâncias."
A intervenção da Casa Branca reanimou as principais Bolsas européias, que na semana passada haviam desabado devido ao pessimismo mundial. Houve altas em Londres (3,92%), em Paris (3,42%) e em Frankfurt (2,22%).
Há dois meses, o BIS (Banco para Compensações Internacionais, espécie de banco dos bancos centrais) afirmou em seu relatório anual que o mundo vivia a pior turbulência financeira desde a Segunda Guerra, e que se aproximava de um "ponto crítico", numa perigosa convergência entre desaquecimento econômico e alta da inflação.
Embora menos dramático, ontem Trichet repetiu o diagnóstico negativo. "Os riscos permanecem e é essencial manter uma posição de alerta", disse, falando em nome dos demais BCs que participaram da reunião do BIS.
Como em reuniões anteriores do BIS, Trichet voltou a elogiar o desempenho dos países emergentes, e atribuiu a eles a "forte resistência" da economia global. Mas ressaltou que nenhum país foi poupado completamente das turbulências recentes. "Mesmo as economias emergentes , ainda que crescendo num ritmo muito elevado, estão vivendo uma certa desaceleração."


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