São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2008

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Petrobras quer processar GNL na região do pré-sal

Objetivo é aproveitar gás natural na bacia de Santos

ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras estuda a construção de uma unidade para transformar o gás natural extraído na bacia de Santos em GNL (gás natural liquefeito). Nessas circunstâncias -a 300 quilômetros da costa, em área de exploração de petróleo em águas ultraprofundas-, é um empreendimento que não existe em nenhum outro lugar do mundo, afirmou ontem a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster.
"A gente trata da infra-estrutura para gás de forma integrada, considerando os futuros prováveis volumes de gás. É uma nova concepção, que está em discussão bastante intensa. Deveremos ter, independentemente de qualquer volume, de qualquer descoberta, um sistema integrado de logística que nos dê flexibilidade", disse.
Ainda não há estimativas para o volume de gás natural existente na bacia de Santos -as previsões para as reservas de petróleo chegam a ultrapassar os 70 bilhões de barris. "Podem até chutar volume de óleo, mas de gás ninguém tem." Porém os estudos para o aproveitamento do gás estão em andamento. A idéia é transformar o gás natural em GNL na bacia de Santos e transportá-lo em navios até unidades de regaseificação para abastecimento doméstico.
"Se tenho dois terminais de regaseificação, e possivelmente um terceiro, e tenho navios, para que vou buscar gás na Nigéria, no Qatar? O gás é meu e está a 300 quilômetros da costa." Outra possibilidade é exportar o GNL, caso o mercado interno esteja atendido. Mas, segundo a diretora da Petrobras, isso só será possível se forem encontradas reservas expressivas.
Foster afirma que a unidade flutuante de GNL terá capacidade para processar de 10 milhões a 20 milhões de metros cúbicos por dia. Ela reconhece que ainda não é possível precisar o custo do projeto, mas adianta que as previsões iniciais são de que fique entre US$ 3,5 bilhões e US$ 10 bilhões.
Há 15 dias, a Petrobras inaugurou o primeiro terminal de regaseificação de GNL, localizado no porto de Pecém, no Ceará -com capacidade para processar 7 milhões de metros cúbicos por dia.
Um segundo terminal está sendo construído na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. E há estudos para a construção de uma terceira planta, no Sul do país.


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