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POLÍTICA MONETÁRIA
xxxxx
BC afrouxa mais restrição a crédito
da Sucursal de Brasília
O Banco Central editou ontem
uma medida destinada a aumentar em R$ 3 bilhões o volume de
dinheiro que os bancos podem
emprestar a seus clientes e, com
isso, permitir a redução dos juros
cobrados do tomador final.
Foi reduzida de 75% para 65% a
parcela dos depósitos à vista
-basicamente, dinheiro das contas correntes- que os bancos são
obrigados a recolher ao BC.
A redução dos juros cobrados
do consumidor é uma das atuais
prioridades do governo, que conta com a medida para reaquecer a
economia e elevar a popularidade
do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Desde o lançamento do Plano
Real, em julho de 94, o recolhimento compulsório de depósitos
bancários tem sido uma das principais armas do governo para
conter o crescimento econômico.
No lançamento do Real, o compulsório foi elevado a 100% para
evitar uma explosão de consumo
com a queda da inflação. No ano
seguinte, com crises em diversos
bancos, o governo começou a reduzir o arrocho monetário.
Neste ano, a queda do compulsório começou a ser estudada
com mais atenção porque a redução dos juros do BC, de 45% para
19,5% ao ano, não foi acompanhada de um benefício na mesma
proporção aos clientes.
A decisão de reduzir o compulsório foi tomada ontem pela diretoria do Banco Central. O diretor
de Política Monetária do BC, Luiz
Fernando Figueiredo, disse que
até o dia 11 de outubro todos os
bancos terão que ter feito o ajuste
do compulsório.
O total dos depósitos à vista nos
bancos era de cerca de R$ 29,5 bilhões no final de julho. Pela regra
nova, os bancos ficarão obrigados
a deixar retido no BC um total de
65% desse volume.
Na semana passada, o BC reduziu de 20% para 10% o depósito
compulsório sobre os depósitos a
prazo, como o CDB (Certificado
de Depósito Bancário). A medida
liberou R$ 10 bilhões para empréstimos bancários, mas, ainda
assim, o mercado avaliou que o
efeito sobre a expansão de crédito
seria irrelevante.
Figueiredo disse que a redução
do compulsório dos depósitos à
vista deverá ter um impacto
maior sobre as taxas de juros cobradas dos tomadores finais porque está sendo liberado dinheiro
barato, que os bancos não precisam remunerar.
A medida tem boa chance de resultar em queda nas taxas de juros
para os consumidores, de acordo
com os analistas financeiros.
"Desta vez, a mudança é muito
mais útil e efetivamente contribui
para o sistema financeiro poder
reduzir os juros", diz Rogério Estevão, diretor de produtos do
Unibanco. Segundo o economista-chefe do banco Bilbao Vizcaya,
Octavio de Barros, a medida indica "a determinação do governo
em acabar com a cunha fiscal sobre os empréstimos e deve ter um
impacto razoável sobre as taxas
cobradas ao consumidor".
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