São Paulo, Quinta-feira, 09 de Setembro de 1999
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Meta para a balança será novamente revista

da Sucursal de Brasília

O governo deve rever com o FMI (Fundo Monetário Internacional) a estimativa de superávit comercial de US$ 3 bilhões no ano estabelecida no acordo emergencial de ajuda ao país.
Hoje chega ao Brasil uma missão do Fundo encarregada de fazer a quarta avaliação do acordo pelo qual o FMI e outras instituições financeiras internacionais concederam um empréstimo de US$ 41,5 bilhões ao Brasil.
O grupo, chefiada pela economista Teresa Ter-Minassian, vai fiscalizar o cumprimento das metas fixadas e eventualmente rever previsões que ficaram defasadas.
Amanhã, a missão do FMI tem reunião marcada com o ministro Pedro Malan (Fazenda) e seus principais secretários. Na segunda-feira, o encontro será com o ministro Martus Tavares (Orçamento e Gestão). Ele fará uma exposição do Orçamento do ano 2000 e da execução do Orçamento deste ano.

Previsões
As estimativas do FMI para a balança comercial -que chegaram a ser de um superávit de US$ 11 bilhões- são considerados irreais pelo próprio governo brasileiro. A estimativa do Banco Central é que, em 99, as exportações brasileiras superem as importações em US$ 1,5 bilhão. De janeiro a agosto, o país registrou um déficit comercial acumulado de US$ 706 milhões.
Em comunicado divulgado ao final da terceira avaliação do acordo, ocorrida em julho, o FMI previu que o saldo comercial começaria a apresentar uma recuperação a partir do meio do ano.
Em agosto, no entanto, as importações cresceram pela primeira vez desde a maxidesvalorização do real, ocorrida em janeiro passado, e o país voltou a ter déficit (US$ 181 milhões).
No acordo com o FMI, os números da balança comercial representam apenas uma estimativa.
A meta que o país precisa cumprir, no ano, para ter direito a continuar sacando as parcelas do empréstimo é a de superávit primário do setor público (o que o governo economiza para cobrir suas despesas com juros), que deve ficar em 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de riquezas produzidas no país), ou R$ 30,185 bilhões.
O Brasil já sacou US$ 19,2 bilhões do total de US$ 41,5 bilhões a que teria direito no acordo com o FMI. Em agosto, o país dispensou a terceira parcela do empréstimo, no valor de US$ 4,355 bilhões.
LEIA MAIS sobre balança comercial no Painel S/A, pág. 2-2


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