|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADOS
Relatório do Fundo vê crédito para emergentes ainda difícil e grande dependência dos juros do Fed
Mercado ainda é instável, conclui FMI
MARCIO AITH
de Washington
Apesar da melhoria da situação
financeira mundial no primeiro
semestre de 1999, o fluxo de capitais privados para os mercados
emergentes se estabilizou num
patamar muito inferior ao verificado antes de 1997 e muitos investidores simplesmente não voltaram à Ásia e à América Latina, segundo relatório divulgado ontem
pelo FMI.
O relatório conclui que as condições dos mercados globais
"continuam frágeis" e que a plena
recuperação de países como o
Brasil depende muito da economia norte-americana, cujo futuro
ainda está cercado de dúvidas.
"Apesar dos avanços dos últimos meses, as condições nos
mercados financeiros permanecem frágeis, como indicam o alto
grau de volatilidade, as altas taxas
cobradas nos títulos das dívidas
de mercados emergentes e o fluxo
de capitais para esses mercados,
que continuam muito abaixo dos
verificados durante os anos de
boom", informa o relatório "Mercados Internacionais de Capital".
Segundo o relatório, o fluxo
bruto de financiamento privado
para os mercados emergentes nos
seis primeiros seis meses de 1999
(US$ 74,5 bilhões) ficou abaixo do
verificado no mesmo período no
ano passado (US$ 90,4 bilhões).
Embora veja esses dados como
um indício de equilíbrio dos mercados (já que o segundo trimestre
de 1999 teve um fluxo maior que o
primeiro), o Fundo reconhece
que o atual volume de capitais para os mercados emergentes representa 50% do verificado em 1997
-ano do início da crise iniciada
na Ásia e que se espalhou para a
Rússia e América Latina.
Esses números não representam todas as formas de capitais.
Eles se referem ao total de empréstimos concedidos e ao valor
dos títulos e das participações
acionárias comprados de empresas de mercados emergentes.
"O relatório mostra uma redução no volume de empréstimos
bancários nos últimos dois anos,
refletindo uma relutância dos
bancos de expandir suas atividades nessa área. Por causa disso, a
ênfase foi direcionada para o mercado de títulos da dívida de governos. O setor privado de países
emergentes ainda está enfrentando dificuldades para se inserir nos
mercados internacionais", disse
Donald Mathieson, chefe da Divisão de Estudos de Mercados
Emergentes do FMI.
Não há números específicos para o Brasil, mas o lançamento de
títulos feito no primeiro semestre
pelo governo brasileiro foi visto
como um exemplo de que os mercados continuam instáveis e desfavoráveis aos emergentes.
Mathieson afirmou que a América Latina encontra-se num
compasso de espera e depende
muito do futuro dos EUA.
Texto Anterior: Sesc/Senac: Serviço volta a não pagar contribuições Próximo Texto: Meta para a balança será novamente revista Índice
|