São Paulo, Quinta-feira, 09 de Setembro de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Após cinco dias de alta, Bolsa 'realiza lucro'

da Reportagem Local

A "realização de lucros" fez com que a Bolsa de Valores de São Paulo registrasse recuo de 0,84%.
Após ter apresentado alta nos cinco pregões anteriores, os investidores aproveitaram o dia para vender ações valorizadas e embolsar parte da lucratividade obtida no período.
A expectativa criada pela espera do discurso do presidente do Fed (o banco central dos EUA), Alan Greenspan, e pela reunião ministerial em Brasília cercaram os trabalhos pela manhã.
Greenspan falou, mas não cogitou de novo aumento nos juros norte-americanos, tranquilizando a Bolsa de Valores de Nova York (operava em baixa, mas fechou positiva em 0,02%). A reunião ministerial transcorreu sem grandes novidades. Assim, a Bovespa encontrou tempo para reduzir o ritmo de queda. O recuo havia chegado a 1,63%.
O volume financeiro foi de R$ 516,765 milhões (9,5 vezes maior do que o giro de segunda-feira).
"O volume diz tudo. Ele foi muito bom, em um dia irregular, marcado pela realização de lucros e pela expectativa interna e externa. Não há inconveniente em trabalhar com um dia de queda. A tendência é de recuperação a partir de amanhã", disse Charles Phillipps, da SLW Corretora.
Os C-Bonds, títulos da dívida brasileira mais comercializados no exterior, atingiram ontem sua maior cotação desde 7 de julho.
Os papéis foram vendidos a 62,81% do valor de face. Os C- Bonds funcionam como termômetro da economia brasileira no exterior. Quanto menor o deságio, maior a confiança depositada na economia brasileira.
A relativa calma apresentada pela América Latina nos últimos dias e a divulgação do Plano Plurianual (PPA) do presidente Fernando Henrique Cardoso voltaram a injetar uma dose de confiança nos investidores externos.
A fala do presidente do Fed também ajudou os papéis brasileiros. Ao não sinalizar um aumento nos juros norte-americanos, os investidores deixaram de lado os T-Bonds (papéis do Tesouro dos EUA) e migraram para os papéis de países emergentes.
Os C-Bonds chegaram a ser cotados a 58,19% no mês passado.
(MARCELO DIEGO)


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