São Paulo, Quinta-feira, 09 de Setembro de 1999
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CONJUNTURA
Ritmo de queda mensal foi menor em julho; no ano, porém, desaceleração foi maior, constata IBGE
Produção industrial cai 3,5% até julho

MARCOS CÉZARI
da Reportagem Local

A indústria nacional continuou produzindo menos em julho, mas o ritmo de queda foi menor do que em junho, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em julho, a queda geral da indústria foi de 0,6% em relação a junho, mês em que a indústria havia produzido menos 1,3% na comparação com maio.
A produção de julho ficou 5,3% abaixo daquela registrada no mesmo mês de 98 -em junho, essa comparação mostrava queda de 2,9%. Os 5,3% representam a maior queda mensal neste ano em relação a 98.
A indústria de transformação teve queda de 6,5% em julho, completando o 14º mês consecutivo de queda na comparação com os mesmos meses dos anos anteriores.
O acumulado de janeiro a julho deste ano mostra queda de 3,5% em relação aos sete primeiros meses de 98. Ao final do primeiro semestre a taxa negativa estava em 3,2%.
O chefe do Departamento de Indústria do IBGE, Silvio Sales, diz que será difícil a indústria nacional fechar o ano com produção até mesmo igual à do ano passado. "A queda de 3,5% até julho é um piso e a taxa zero é o teto."
Sales observa que os números do segundo semestre serão favorecidos por um desvio estatístico. "A base de comparação é o segundo semestre do ano passado, que apresentou desempenho muito ruim."
Para que o ano feche com estabilidade (produção igual à de 98), Sales diz que a média mensal da produção industrial neste semestre precisa ser 4,9% maior do que a média mensal registrada no ano passado.
Nos últimos 12 meses até julho a produção industrial do país foi 3,9% inferior ao do período anterior -em junho, essa queda estava em 3,4%.

Desempenhos
A queda da produção em julho, segundo o IBGE, reflete o comportamento negativo de 13 dos 20 setores pesquisados (em junho, 12 setores tiveram baixa). As principais quedas foram na indústria química (2,8%), produtos alimentares (3,7%) e mecânica (3,8%).
Entre os setores que aumentaram a produção estão o de material elétrico e de comunicações, com 5,3%, e fumo, com 17,4%.
Por categorias de uso, apenas os bens de consumo duráveis mostraram crescimento, com 5%. Os bens de capital registram queda de 4%; bens intermediários, de 0,5%, e bens de consumo semiduráveis e não-duráveis, de 0,7%.


Colaborou o FolhaNews


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