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Queda da Selic
começa a surtir
efeito, diz BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor de Política Econômica do Banco Central,
Afonso Bevilaqua, procura
minimizar a importância do
fato de a inflação deste ano
estar bem abaixo das metas
do governo. "Após todo o esforço feito em termos de desinflação nos últimos anos, é
natural que observemos a taxa de inflação gravitando em
torno da meta central
[4,5%]", afirma.
A queda da inflação ocorrida neste ano é creditada, em
boa parte, ao efeito da política de juros adotada pelo BC.
Essa redução contou com a
ajuda de fatores extraordinários: o preço dos alimentos,
por exemplo, foi influenciado por condições climáticas
favoráveis e tiveram pouca
variação, ajudando no controle da inflação.
De agora em diante, porém, a expectativa é que a
queda da taxa Selic, iniciada
em setembro do ano passado, permita uma ligeira alta
dos preços. Para 2007, Bevilaqua conta com a redução
dos juros para que a inflação
volte a ficar mais perto dos
4,5% perseguidos pelo BC.
No cenário traçado por ele,
com a taxa Selic caindo dos
atuais 14,25% para 13% até
dezembro de 2007, a inflação
do ano que vem ficaria em
5,2%. "Estamos ainda bastante longe de dezembro de
2007, e ainda existe tempo
para que essas expectativas
se ajustem para cima ou para
baixo. Tem muita coisa que
pode acontecer", diz.
O próprio fato de a inflação
deste ano estar bem abaixo
da meta já é um fator que deve ajudar no cumprimento
da meta de inflação de 2007,
já que os preços do ano que
vem serão pouco contaminados pelos reajustes decididos
neste ano. Apesar disso, o BC
aponta alguns obstáculos
que podem puxar a inflação
do ano que vem para cima.
Cenário externo
Os maiores riscos apontados se referem à evolução do
cenário externo, mais especificamente da economia
norte-americana. Ainda há
dúvidas sobre o futuro da inflação nos EUA, além da
preocupação com a possibilidade de que a atual desaceleração sofrida pelo país possa
se transformar em recessão
num futuro próximo.
O comportamento dos
preços de produtos como o
petróleo também é um fator
de risco apontado pelo BC.
No cenário interno, Bevilaqua ressalta que ainda há
muitas dúvidas sobre "as defasagens com que opera o
mecanismo de transmissão
da política monetária", o que,
em outras palavras, significa
que ainda não se sabe ao certo qual o efeito que os cortes
sofridos pela taxa Selic desde
o ano passado terão tanto sobre a inflação quanto sobre o
crescimento da economia.
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