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análise
Adesão do Brasil é vitória de Chávez
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
A adesão do Brasil ao Banco do Sul dentro do prazo fixado pela Venezuela é, de
momento, uma vitória política do presidente Hugo Chávez diante da resistência inicial do governo Lula a um
projeto ainda sem formato
totalmente claro. Resta saber, a partir da negociação de
pontos espinhosos -de onde
sairá o dinheiro, por exemplo-, se a ortodoxia lulista e
o socialismo bolivariano
conseguirão se harmonizar.
O governo vinha defendendo que não aderiria a um
"prato feito", mas que queria
"ir para a cozinha", como definiu Marco Aurélio Garcia,
em abril. Lula, no mesmo
mês, disse que até 2010 era
um prazo razoável para o
banco abrir. O Itamaraty discordava da sede em Caracas
- preferia capital "neutra".
A pressa de Chávez prevaleceu ao conseguir, em agosto, o apoio de Bolívia, Argentina e Equador para formalizar o banco ainda em novembro, sediado na sua capital e
com ou sem o Brasil de sócio.
Para não comer o "prato
feito" depois, o Brasil se rendeu ao cronograma chavista.
No Rio, impôs-se em dois
pontos importantes: um
banco submetido às normas
internacionais e restrito à
América do Sul.
O problema é que, em tese,
o Brasil, leva desvantagem
nas negociações que faltam.
A petrodiplomacia chavista
tem hoje muito mais influência nos demais sócios -embora, com a exceção do boliviano Evo Morales, esse alinhamento não seja automático. Já Lula está sem os seus
companheiros ortodoxos:
Chile, Colômbia e Peru.
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