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Comissão da Câmara aprova projeto do fundo soberano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo está apostando todas as fichas na aprovação do
FSB (Fundo Soberano do Brasil) para garantir investimentos
públicos no ano que vem que
deverão sustentar boa parte do
crescimento e minimizar os reflexos da crise externa na economia real.
O tema foi tratado como
prioritário pela equipe econômica com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e os líderes
da base governista nesta semana. Uma vitória importante foi
colhida no dia seguinte. Apesar
da resistência da oposição, os
deputados aprovaram, ontem,
na Comissão de Constituição e
Justiça, por 33 votos a 2, projeto de lei que institui o fundo.
O texto segue agora para o
plenário, onde tem prioridade
de votação após duas medidas
provisórias que trancam a pauta. A oposição é contra a proposta e promete ir ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso
ela seja aprovada.
Para o governo, a criação do
fundo permitirá aumentar os
investimentos públicos sem
que isso reduza o superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública). Na
prática, é apenas uma questão
contábil, mas que num cenário
de crise faz diferença, na avaliação de técnicos do governo.
Se for criado neste ano, o fundo gerará despesa para o Tesouro no momento em que for
capitalizado com a sobra de recursos. Mas, em 2009, quando
precisar gastar mais para tentar reverter cenário esperado
de desaquecimento da economia no mundo, o dinheiro sacado do fundo será registrado como receita. O superávit primário não será reduzido, mantendo boa avaliação por investidores da situação fiscal do país.
Justiça
Para os líderes de DEM, PPS
e PSDB, que ameaçam ir à Justiça contra o FSB, a Constituição diz que a instituição de fundos só pode ocorrer por projeto
de lei complementar -que precisa de mais votos que um projeto simples. "Infelizmente interesses jurídicos foram deixados de lado em favor de interesses políticos", disse o deputado
Efraim Moraes (DEM-PB).
O líder tucano, José Aníbal
(SP), afirmou que eles só votam
a MP do governo contra a crise
caso seja retirada a urgência do
projeto que institui o fundo soberano. O líder do governo na
Câmara, Henrique Fontana
(PT-RS), no entanto, avisou
que isso está fora de questão.
"Quero fazer um apelo para a
oposição, pois o momento é
menos de conflito e muito mais
para diálogo", disse Fontana.
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