|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA estudam ficar com parte de bancos, diz jornal
DA REDAÇÃO
O governo dos Estados Unidos estuda assumir participação nos bancos, como uma maneira de restaurar a confiança
nos mercados, segundo o "New
York Times". O Tesouro aproveitaria a autoridade dada pela
lei de socorro aprovada na semana passada para adotar um
modelo similar ao anunciado
ontem pelo governo britânico.
Com a medida, o governo injetaria dinheiro nas instituições, reforçando os seu balanços, e a esperança das autoridades americanas é a de que os
bancos voltem a emprestar entre eles e para os consumidores
-o que, no momento, acontece
em um nível muito abaixo da
média normal, devido à crise.
A ação -que, dependendo de
quanto será a participação do
governo, será na prática uma
nacionalização parcial do sistema financeiro- está ganhando
força em Washington e em
Wall Street, afirma o "New
York Times", que diz ainda que
as discussões são preliminares.
Mas as autoridades do Departamento do Tesouro americano temem que a medida possa ser interpretada pelos mercados como um sinal de que os
bancos que receberem ajuda
estão prestes a falir.
Pela lei de US$ 700 bilhões
aprovada na semana passada
pelo Congresso, o Tesouro tem
poderes para injetar dinheiro
nos bancos que solicitarem ajuda e, em troca, o governo fica
com ações das instituições e
pode ter parte até nas que são
consideradas saudáveis no momento, como disse ontem o secretário Henry Paulson.
Mas é possível que os grandes bancos se oponham à medida, preferindo que o governo
compre apenas os ativos problemáticos ligados ao setor de
hipotecas imobiliárias -que é a
idéia original do plano. A compra de papéis pelo governo diluiria os poderes dos atuais
acionistas das instituições.
Paulson afirmou em entrevista ontem que o governo pretende usar todas as "ferramentas" que foram concedidas pela
legislação, "incluindo fortalecer a capitalização de instituições financeiras de todos os tamanhos. Nós criaremos programas que encorajem instituições saudáveis a participarem".
O secretário do Tesouro disse
ainda que demorará "várias semanas" até que sejam iniciadas
as compras dos ativos.
Sobre a crise, o secretário
afirmou que a turbulência nos
mercados financeiros não terminará rapidamente e que vários desafios ainda surgirão pela frente. Ele disse ainda que,
apesar da aprovação do pacote
de US$ 700 bilhões, os mercados financeiros continuam "severamente tensionados".
De acordo com ele, o aperto
no crédito não está afetando
apenas o crescimento dos países desenvolvidos, mas também é possível notar os primeiros sinais de desaceleração nas
economias emergentes. "Nós
vemos os indícios de que o congelamento dos mercados de
crédito está tendo um impacto
tangível na vida cotidiana dos
cidadãos de todo o mundo."
Texto Anterior: Auxílio: Seguradora AIG recebe mais US$ 37,8 bi do governo americano Próximo Texto: Crise derruba expansão mundial, diz FMI Índice
|