|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsa cai abaixo dos 40 mil pontos pela 1ª vez em 2 anos
Baixa de 3,85% levou a Bovespa aos 38.593 pontos; no mês, queda está em 22%
Mercado de ações tem tido
dificuldades para se firmar;
no ano, desvalorização
acumulada pela Bolsa de
SP já encosta nos 40%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa encerrou ontem
abaixo dos 40 mil pontos, o que
não ocorria há dois anos. Em
mais um pregão de perdas, a
Bolsa paulista passou a acumular depreciação de 22,1% no
mês. A queda de ontem, de
3,85%, levou a Bovespa aos
38.593 pontos, menor patamar
desde 12 de outubro de 2006.
Nem mesmo a redução conjunta nas taxas de juros, movida por diferentes bancos centrais do mundo, conseguiu mudar a rota dos mercados acionários. Na Europa, as quedas foram expressivas: Londres perdeu 5,18%, e Frankfurt, 5,88%.
Em Wall Street, as ações
também recuaram. Em dia de
grande instabilidade, a Bolsa de
Nova York terminou em baixa
pelo sexto pregão consecutivo,
apesar do corte na taxa de juros
pelo Fed (o banco central dos
Estados Unidos). O índice Dow
Jones teve queda de 2%.
O pregão da Bovespa voltou a
ser marcado por muito sobe-e-desce. Na primeira hora de pregão, o índice Ibovespa -a principal referência do mercado local- chegou a cair 6,33%. Ainda pela manhã, saiu do vermelho e registrou valorização de
0,75% em seu pico.
Com a aceleração da queda
no valor dos papéis de maior
peso, a Bovespa perdeu fôlego
até seu fechamento.
A baixa de ontem levou a Bolsa de Valores de São Paulo a
passar a registrar depreciação
de 39,59% no ano.
"Inércia vendedora"
Apesar de todas as medidas
que as autoridades têm tomado
nas principais economias nos
últimos dias, "há um processo
de inércia vendedora no mercado", afirma Álvaro Bandeira,
diretor da corretora Ágora.
"As medidas dos BCs foram
muito importantes e vieram a
se somar às outras já tomadas.
Mas o mercado ainda reflete
uma inércia vendedora, movida
por quem quer sair, quer tentar
minimizar os prejuízos", diz.
Com o sobe-e-desce da Bolsa,
a especulação tem crescido,
com os investidores tentando
lucrar de alguma forma em um
mercado onde as baixas têm sido dominantes.
Isso fez com que no pregão
de ontem houvesse um recorde
de transações: 409,7 mil. O volume girado ficou em R$ 7,41
bilhão, acima da média do ano,
que tem ficado abaixo de R$ 6
bilhões.
Sendo a mais negociada da
Bolsa, a ação preferencial da
Petrobras, que girou sozinha
R$ 1,5 bilhão ontem, oscilou
consideravelmente no pregão.
No pior momento do dia, chegou a ter queda de 7,95%, e no
melhor, registrou alta de 1,97%.
No fim das operações, o papel
caiu 5,65%.
Quem tivesse comprado a
ação da Petrobras quando ela
bateu na mínima e vendido em
seu pico, teria lucrado quase
11% somente durante o pregão
de ontem.
Para os fundos e os investidores mais experientes, esses momentos de forte oscilação
abrem oportunidades de ganhos, mas também elevam os
riscos de perdas.
Fundos
Apesar das fortes quedas que
têm afetado o mercado acionário, os fundos de ações até que
têm se mantido firmes.
Nos primeiros três dias de
outubro, apesar de o mercado
de fundos ter registrado saída
líquida de R$ 1,74 bilhão, os
fundos de ações tiveram captação de R$ 122 milhões, de acordo com dados da Anbid.
Essa entrada de recursos nas
ações pode ser reflexo da avaliação de analistas de que, apesar de a crise não ter acabado,
muitos papéis estão baratos,
sendo uma boa oportunidade
para o longo prazo. Mas isso
não significa que as pessoas devem correr para aplicar em
qualquer fundo.
"Quando o investidor vai entrar em um fundo, deve se informar sobre a aplicação que
está realizando. É importante
saber quais são suas características de investimento, seu desempenho histórico e seus riscos", diz o administrador de investimentos Fábio Colombo.
EUA
Das 30 ações que compõem o
Dow Jones, 24 terminaram em
queda -a mais expressiva foi a
da Alcoa, de 11,97%.
Nos últimos seis pregões, o
índice acumulou queda de
14,68% e está no menor nível
desde 13 de agosto de 2003. O
S&P 500 (mais amplo, formado
por 500 empresas) caiu 1,13%, e
a Nasdaq, que reúne empresas
de alta tecnologia, 0,83%.
Também foi divulgado o indicador de venda pendente de
casa (que ainda não foi finalizada), que subiu 7,4% em agosto,
em uma rara notícia positiva
para o setor em que a crise atual
teve origem.
Com a Redação
Texto Anterior: Previsão de PIB do Brasil cai, mas ultrapassa média da AL Próximo Texto: Frase Índice
|