São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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BC foi lento na adoção de medidas, afirma Serra

Para governador, órgão foi "imprudente" ao elevar juros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador José Serra (PSDB-SP) avaliou ontem que o Banco Central foi "lento" para adotar medidas que impeçam a crise financeira de chegar ao país. Disse também que o órgão atuou de forma "imprudente" ao elevar os juros e megavalorizar o câmbio. "Não há receita geral para ser adotada.
Uma questão que complicou a situação foi a política do Banco Central [do Brasil] de maior juros do mundo e câmbio arrochado, exageradamente valorizado. Mas agora não adianta olhar o que passou, a gente tem de olhar para a frente e procurar uma saída, que acho perfeitamente exeqüível."
Segundo Serra, essa política em momento de dificuldade traz problemas porque tende a forçar uma desvalorização maior da moeda, muito acima da média mundial. "Isso causa mais ansiedade e da mesma maneira acaba mexendo com as Bolsas", afirmou. No entanto, o governador disse não acreditar que a crise americana acabará com o capitalismo no mundo, muito menos no Brasil.
"Acho que a gente consegue sair dessa situação crítica atuando com prudência e antecipando os acontecimentos, tanto do ponto de vista monetário quanto do fiscal."
Ao falar da crise, Serra citou um trecho do livro "Anna Karenina", de Leon Tolstói: "Todas as famílias felizes se parecem e todas as famílias infelizes são diferentes", disse, ao comparar: "Quando a economia de todos os países vai bem, todos eles se parecem. Quando tem crise, ela é diferente em cada lugar".
Serra se reuniu com o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para discutir a viabilidade do projeto do trecho sul do ferroanel metropolitano de São Paulo.
O empreendimento amplia a capacidade de escoamento de carga ferroviária para o porto de Santos. A MRS Logística enfrenta hoje uma limitação em São Paulo devido ao uso da faixa de domínio da linha que corta a capital para o transporte de passageiros. O ferroanel pode resolver esse problema e elevar o volume de carga sobre os trilhos. A obra custará R$ 600 milhões, a maior parte paga pela concessionária. (SIMONE IGLESIAS)


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