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BC foi lento na adoção de medidas, afirma Serra
Para governador, órgão foi
"imprudente" ao elevar juros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador José Serra
(PSDB-SP) avaliou ontem que
o Banco Central foi "lento" para adotar medidas que impeçam a crise financeira de chegar ao país. Disse também que o
órgão atuou de forma "imprudente" ao elevar os juros e megavalorizar o câmbio. "Não há
receita geral para ser adotada.
Uma questão que complicou a
situação foi a política do Banco
Central [do Brasil] de maior juros do mundo e câmbio arrochado, exageradamente valorizado. Mas agora não adianta
olhar o que passou, a gente tem
de olhar para a frente e procurar uma saída, que acho perfeitamente exeqüível."
Segundo Serra, essa política
em momento de dificuldade
traz problemas porque tende a
forçar uma desvalorização
maior da moeda, muito acima
da média mundial. "Isso causa
mais ansiedade e da mesma
maneira acaba mexendo com
as Bolsas", afirmou. No entanto, o governador disse não acreditar que a crise americana acabará com o capitalismo no
mundo, muito menos no Brasil.
"Acho que a gente consegue
sair dessa situação crítica
atuando com prudência e antecipando os acontecimentos,
tanto do ponto de vista monetário quanto do fiscal."
Ao falar da crise, Serra citou
um trecho do livro "Anna Karenina", de Leon Tolstói: "Todas
as famílias felizes se parecem e
todas as famílias infelizes são
diferentes", disse, ao comparar:
"Quando a economia de todos
os países vai bem, todos eles se
parecem. Quando tem crise, ela
é diferente em cada lugar".
Serra se reuniu com o presidente Lula e a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) para discutir a viabilidade do projeto do
trecho sul do ferroanel metropolitano de São Paulo.
O empreendimento amplia a
capacidade de escoamento de
carga ferroviária para o porto
de Santos. A MRS Logística enfrenta hoje uma limitação em
São Paulo devido ao uso da faixa de domínio da linha que corta a capital para o transporte de
passageiros. O ferroanel pode
resolver esse problema e elevar
o volume de carga sobre os trilhos. A obra custará R$ 600 milhões, a maior parte paga pela
concessionária.
(SIMONE IGLESIAS)
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