São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

SEM PREVISÕES
"Não há previsões de curto prazo que funcionem sobre essa crise", disse Anderson Galvão, da Consultoria Céleres. Avaliando a situação, de Nova York ele afirma que a economia avança para uma paralisação e que a transferência para o agronegócio é preocupante.

POSSÍVEL LUZ
O sentimento dos mais otimistas, em Nova York, é que "será necessário dar um tempo para que as medidas adotadas pelos governos funcionem", segundo Galvão. Na avaliação do mercado, no entanto, "é preciso estancar a sangria atual".

SAFRA RECORDE
O Ministério da Agricultura espera novo recorde na produção agrícola, de 144,6 milhões de toneladas. Pode ocorrer, já que estimativas privadas indicam crescimento de área ainda maior do que a do governo para produtos importantes como a soja.

LIMITE DE BAIXA
O próprio ministério, no entanto, é cauteloso e prevê que a produção poderá recuar para 142 milhões de toneladas, 1,2% abaixo da deste ano. Uso menor de tecnologia na safra e redução de área na safrinha podem segurar o plantio.

DEPENDE DO CENÁRIO
O produtor foi incentivado a plantar no verão porque os preços estavam bastante favoráveis na época de decisão pelo plantio -o que não ocorre mais. Por isso, pode pisar no freio no inverno se os preços não sinalizarem bons rendimentos. Na safrinha, o risco é sempre maior.

AINDA MAIS CARO
O produtor está semeando uma safra cara, principalmente devido ao alto custo dos fertilizantes, mas pode se preparar para custos ainda mais elevados quando ocorrer o período de trato das lavouras.

SUSPENSÃO
Alguns fornecedores de defensivos suspenderam as vendas. E a causa não é apenas a dificuldade de crédito, mas também a pressão do dólar. As empresas devem repensar a lista de preços e só voltam quando o mercado se reorganizar.

IMPORTADOS
De 40% a 50% dos insumos são produtos importados, o que dificulta a formação de preços com o dólar tão volátil. Ontem, por exemplo, a moeda norte-americana variou 14% no dia, do mínimo de R$ 2,177 para o máximo de R$ 2,48. Fechou em R$ 2,28. A nova lista deve trazer valores maiores.

CHICAGO EM ALTA
As commodities agrícolas conseguiram recuperação ontem em Chicago. Soja liderou, com alta de 4,1%. Já o trigo é o produto que vem obtendo uma das menores recuperações, e acumula queda de 29% em relação aos valores de há um ano.


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