A oferta de crédito no Brasil atingirá R$ 1,4 trilhão em 2009, um crescimento de 15% sobre o volume emprestado pelas instituições financeiras do país no ano passado. Essa é a projeção que o presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Adalberto Savioli, vai apresentar no 27º Seminário Acrefi, que será realizado entre 23 e 25 de outubro, em Campos do Jordão (SP).
Para ele, obter uma expansão de dois dígitos na oferta de crédito é um resultado muito positivo, principalmente em um ano de crise econômica, que afetou a liquidez do sistema financeiro internacional. Sem a crise, Savioli estima que a expansão seria da ordem de 25%.
Em 2008, a oferta de crédito para pessoa física e jurídica foi 32% maior que em 2007.
O crescimento do volume de empréstimos neste ano se deve aos estímulos do governo para a economia brasileira, como a redução do IPI para veículos e as mudanças nos depósitos compulsórios dos bancos, e aos cortes na taxa básica de juros, afirma Savioli.
"Com o juro menor, a operação de tesouraria dos bancos ficou menos rentável. Então, eles precisaram emprestar mais para aumentar a rentabilidade."
As modalidades de empréstimo que puxam a expansão do crédito em 2009 são o financiamento de veículos, o consignado e o cartão de crédito, de acordo com Savioli.
A relação crédito/PIB, que fechou em 41% em 2008, deve encerrar 2009 em 46%, segundo estimativas de Savioli.
Para ele, o indicador continuará a se expandir nos próximos três anos, puxado pela realização de investimentos no Brasil, e pode chegar a 60%. "Investimento aumenta o emprego. E, quando a população tem emprego, tem renda fixa e pode contratar empréstimos."
No caminho da expansão do crédito, no entanto, um possível aumento no juro básico pode elevar o custo dos empréstimos e, consequentemente, a inadimplência. "O bom tomador de crédito prefere poupar a comprar pagando juro alto", diz Savioli, que vê uma tendência de elevação na Selic para entre 9,5% e 10% ao ano em 2010.

"Com o juro menor, a operação de tesouraria dos bancos ficou menos rentável. Então, eles precisaram emprestar mais para aumentar a rentabilidade"
ADALBERTO SAVIOLI
presidente da Acrefi

PEDRA BRASILEIRA

O designer de semi-joias Fabrizio Giannone abriu neste mês uma loja na Madison Avenue, em Nova York. A iniciativa faz parte dos planos de Giannone de internacionalizar a marca que leva seu nome, que já conta com outras duas lojas no exterior -na Argentina e nos EUA. Por conta da crise, a loja de NY terá os mesmos preços das unidades brasileiras. "Não há mais espaço para aplicar diferencial de preço nos EUA", diz. Outra decisão de Giannone é oferecer os mesmos produtos em NY e SP. "Antes era normal mandar para o exterior produtos mais elaborados. Hoje, o mercado brasileiro está amadurecido. Não há mais diferença de demanda."

JUROS 1
O Ministério da Fazenda diz apoiar o manifesto que defende os juros compostos lançado por especialistas em matemática financeira e noticiado ontem nesta coluna. Na opinião do governo, existe uma confusão entre taxas de juros altas e o sistema de amortização de empréstimos que emprega a capitalização de juros, modalidade pela qual os juros de uma dívida são incorporados ao valor principal e passam a render juros também.

JUROS 2
O ministério considera que o mais importante é deixar as partes em uma operação de crédito escolherem qual regime será aplicado e esclarecer o consumidor, lembrando-o de que, quando tem recursos aplicados na caderneta de poupança, por exemplo, recebe juros sobre juros da mesma forma.

"KNOW-HOW"
A Vale transfere hoje ao governo do Pará uma nova tecnologia para combate a incêndios. Desenvolvida para a área da Flora de Carajás, onde está localizada uma das minas de ferro da companhia, deve ajudar o Estado a estabelecer prioridades no controle de queimadas ilegais. O sistema emite alertas a partir de informações sobre focos de calor fornecidas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

APERTANDO O CINTO

A Universidade Harvard, a mais rica do mundo, está aprendendo o conceito de frugalidade. Após seu fundo de recursos encolher 30% com a crise nos EUA -uma parte estava aplicada no mercado financeiro-, ela está anunciando cortes nos supérfluos, de uniformes para os seus atletas a bolachinhas servidas em reuniões de professores.

É MEU 1
Depois de meses de rodeios, a Nossa Caixa resolveu assumir que, ao contrário do que havia sido combinado quando da venda da instituição ao Banco do Brasil, no ano passado, não vai abrir mão do seu nome.

É MEU 2
Devido ao acordo que lhe garantia o direito à marca, o Estado de São Paulo batizou a sua agência de fomento como Nossa Caixa Desenvolvimento. Milton Santos, que era presidente do banco e agora dirige a agência, diz que não foi informado da mudança de ideia. "Continuaremos usando o nome porque o acertado foi esse."

NOVAS LINHAS
A partir da próxima semana, as pequenas e médias empresas paulistas de todos os setores contarão com três novas linhas de empréstimo da Nossa Caixa Desenvolvimento: uma destinada a apoiar os seus investimentos em inovação tecnológica, outra para que realizem projetos ligados a energias limpas e a última com o objetivo de ajudar a adequação das suas estruturas e sistemas produtivos a padrões mais amigáveis ambientalmente. O juro é de 8% ao ano e há carência de até 12 meses para começar a pagar.

EQUIPAMENTO 1
Empresários que querem importar máquinas usadas encontraram uma maneira de driblar uma das suas principais dificuldades. A partir de agora, sempre que, após consulta às instâncias que regulam essas compras, uma indústria nacional diz que fornece o aparelho -situação que impede a aquisição de fora-, os interessados lhe pedem documentos, como nota fiscal, para comprovar.

EQUIPAMENTO 2
Antes, eles tinham que visitar a indústria em questão e, segundo os seus relatos e de técnicos do governo, às vezes eram vítimas de golpes: o tal fabricante, ao invés de mostrar o aparelho, pedia dinheiro para emitir um laudo falando que na realidade a sua máquina não era exatamente a desejada.

ÚLTIMA CHANCE
O site Extra.com.br, do Grupo Pão de Açúcar, montou uma operação logística especial para o Dia da Criança. Quem comprar na loja virtual no feriado de 12 de outubro até as 6h recebe o presente no mesmo dia.