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BB deve pagar até R$ 13 bilhões pelo Banco Votorantim
Negócio pode ser anunciado nos próximos dias, mesmo antes de aprovação da MP 443, que trata dos bancos
Pelo modelo acertado, o BB fica com participação minoritária, e controle do banco segue com a família Ermírio de Moraes
Sérgio Zacchi - 1.fev.07/Valor
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Lima Neto, presidente do BB, que está próximo de acordo
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
O Banco do Brasil conseguiu
tirar o Bradesco das negociações e acertou a compra de 49%
do Banco Votorantim, braço financeiro do grupo controlado
pela família Ermírio de Moraes. A participação deverá sair
por cerca de R$ 13 bilhões, valor pelo qual o Bradesco se viu
desmotivado a desembolsar
neste momento.
Os detalhes da transação estão em análise final nos comandos das duas instituições. O negócio poderá ser anunciado nos
próximos dias, dependendo da
avaliação dentro do governo
sobre a conveniência da divulgação antes da aprovação no
Congresso da medida provisória 443, que permite ao BB e à
CEF (Caixa Econômica Federal) comprarem participações
em outros bancos.
Com a Nossa Caixa e o Banco
Votorantim, o BB pode retomar a liderança do mercado no
ranking por ativos. A projeção é
que o BB tenha atingido R$ 450
bilhões em ativos em setembro,
o que o levaria a um total de R$
571 bilhões se somado à posição
atual da Nossa Caixa e do Votorantim. O Itaú Unibanco soma
R$ 575 bilhões até setembro.
Resistências
O negócio esbarrou em resistências dentro do Banco de Brasil. Parte dos executivos não concordava inteiramente com o preço nem com o modelo de negócio, que prevê que o controle do
Banco Votorantim continue com
a família Ermírio de Moraes.
O modelo já foi utilizado em
parcerias com seguradoras e
com o banco sul-africano First-Rand, na constituição de uma
financeira para atuar no setor
de veículos. No entanto, executivos do banco avaliavam que a
medida provisória veio justamente para garantir um modelo mais ousado, em que o banco
assumisse o controle.
No caso da participação minoritária, o interesse do BB é
ganhar em agilidade na tomada
de decisões e poder inclusive
pagar salários mais competitivos a seus executivos. Hoje, o
banco tem limites por ser uma
instituição pública.
Além desse negócio, o Banco
do Brasil ainda pode abrir uma
linha de crédito especial para o
banco da família Ermírio de
Moraes.
Ao mesmo tempo em que
ampliou o leque de possíveis
negócios, o que inclui de compra de carteiras a instituições
inteiras, o BB redobrou o sigilo
das possíveis negociações. O
banco estatal analisa a aquisição de pequenas instituições
privadas -pelo menos cinco
estão na mira. A avaliação no
governo é que os concorrentes,
insatisfeitos com a medida provisória, trabalham para inviabilizar os possíveis negócios.
Segundo a Folha apurou, o
BB tem interesse em adquirir
bancos inteiros e não apenas as
carteiras de crédito para dar liquidez neste momento em que
o dinheiro não está circulando.
Amanhã, a cúpula do BB se
reúne com o conselho de administração para avaliar o desempenho do banco nos últimos
três meses. Não está descartado que prováveis aquisições ou
novas compras de carteira entrem na pauta.
Procurados, o Banco Votorantim e o BB não comentaram
a negociação.
Colaboraram SHEILA D"AMORIM , em São Paulo, e TONI SCIARRETTA , da Reportagem Local
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