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Fim de fábrica expõe crise calçadista no RS
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Depois de a Azaléia ter anunciado o fechamento de uma fábrica
com 800 empregados em São Sebastião do Caí (RS) na última segunda-feira, hoje será a vez de a
empresa Calçados Dilly oficializar
a desativação de sua unidade em
Mato Leitão (RS), com o fechamento de 260 vagas.
O fechamento de unidades da
indústria calçadista tem aumentado no Rio Grande do Sul em
2005. Assim como a unidade da
Dilly em Mato Leitão (que vendia
para o exterior 70% da produção),
o setor é voltado para a exportação e sente forte retração.
Somente neste ano, foram fechadas 41 fábricas (incluindo a da
Dilly) e encerradas 13,6 mil vagas
de emprego no setor, segundo o
Ministério do Trabalho.
A explicação apresentada pela
direção da Dilly é praticamente a
mesma utilizada pela Azaléia. Os
prejuízos causados pela retenção
dos créditos de ICMS, a carga tributária, a desvalorização do dólar, a pirataria e a concorrência
chinesa determinaram a medida.
Mais do que em São Sebastião
do Caí (21,5 mil habitantes, a 59
km de Porto Alegre), o fechamento da fábrica deverá criar sérios
problemas sociais em Mato Leitão
(140 km da capital gaúcha), com
seus 3.500 mil habitantes. Juntos,
os dois fechamentos de fábricas
resultarão, em dois dias, na subtração de mais de mil vagas.
Além das dificuldades para as
exportações em razão do câmbio,
da pirataria e da "invasão" chinesa, a indústria calçadista gaúcha
enfrenta problemas como o custo
da força de trabalho. No Rio
Grande do Sul, o sapateiro ganha
US$ 1,04 por hora. Na China, US$
0,25 por hora.
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