São Paulo, sexta-feira, 09 de dezembro de 2005

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Fim de fábrica expõe crise calçadista no RS

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Depois de a Azaléia ter anunciado o fechamento de uma fábrica com 800 empregados em São Sebastião do Caí (RS) na última segunda-feira, hoje será a vez de a empresa Calçados Dilly oficializar a desativação de sua unidade em Mato Leitão (RS), com o fechamento de 260 vagas.
O fechamento de unidades da indústria calçadista tem aumentado no Rio Grande do Sul em 2005. Assim como a unidade da Dilly em Mato Leitão (que vendia para o exterior 70% da produção), o setor é voltado para a exportação e sente forte retração.
Somente neste ano, foram fechadas 41 fábricas (incluindo a da Dilly) e encerradas 13,6 mil vagas de emprego no setor, segundo o Ministério do Trabalho.
A explicação apresentada pela direção da Dilly é praticamente a mesma utilizada pela Azaléia. Os prejuízos causados pela retenção dos créditos de ICMS, a carga tributária, a desvalorização do dólar, a pirataria e a concorrência chinesa determinaram a medida.
Mais do que em São Sebastião do Caí (21,5 mil habitantes, a 59 km de Porto Alegre), o fechamento da fábrica deverá criar sérios problemas sociais em Mato Leitão (140 km da capital gaúcha), com seus 3.500 mil habitantes. Juntos, os dois fechamentos de fábricas resultarão, em dois dias, na subtração de mais de mil vagas.
Além das dificuldades para as exportações em razão do câmbio, da pirataria e da "invasão" chinesa, a indústria calçadista gaúcha enfrenta problemas como o custo da força de trabalho. No Rio Grande do Sul, o sapateiro ganha US$ 1,04 por hora. Na China, US$ 0,25 por hora.


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