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INDÚSTRIA
Setor supera marca de 45 milhões de itens comercializados, com destaque para as TVs; refrigeradores têm desempenho pior
Eletroeletrônico tem maior venda da história
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2005 a indústria vendeu 45
milhões de produtos entre eletroeletrônicos (TV, DVD), eletrodomésticos (refrigerador, freezer)
e portáteis (liquidificador, processador de alimentos) no Brasil. A
grosso modo -já que o item produzido ainda pode estar em estoque na loja-, um em cada quatro
brasileiros comprou uma dessas
mercadorias durante o ano, segundo dados preliminares divulgados ontem pela Eletros, entidade representativa do setor.
É o maior número da história
dessa indústria de bens de consumo. Supera, inclusive, o ano de
1996, quando o número atingiu
41,4 milhões de unidades. Crédito
fácil e o discreto aumento na renda ajudaram nos resultados. Por
outro lado, os juros altos cobrados na venda das mercadorias
-a taxa mensal do varejo chega a
5,9%- "turbinou" a inadimplência nos últimos meses.
O melhor desempenho do ano
foi registrado na venda de televisores. O número de aparelhos entregues da indústria para as lojas
atingiu 9 milhões de unidades. É o
melhor resultado para a indústria
de televisores em sua história, como a Folha antecipou que aconteceria dois meses atrás.
O recorde era de 1996, quando a
implantação do Plano Real jogou
na praça uma massa de consumidores que permanecia à margem
da economia. Naquele ano, a indústria operou com carga máxima e entregou para as lojas 8,5
milhões de aparelhos. A previsão
inicial para 2005 era a de que, na
melhor das hipóteses, a venda
atingisse 8,8 milhões de TVs.
Na contramão desse movimento, a linha branca amargou o pior
resultado entre esses bens de consumo em 2005.
A expansão foi pífia -alta de
2,2% nas vendas sobre o ano passado. Para os refrigeradores, a alta
foi de apenas 0,77% no ano. Em
seus balanços financeiros apresentados no exterior, as multinacionais Electrolux e Whirlpool
-dona da Brastemp e Consul-
já haviam ressaltado o momento
delicado na venda no Brasil. A
Electrolux, por exemplo, fala em
"fraca expansão no Brasil", segundo balancete do grupo no terceiro trimestre.
O alto preço unitário do produto, que em sua maioria é vendido
no crediário, sofre os efeitos diretos das altas taxas de juros, que
encarecem o preço final do item
na operação parcelada. Na Casas
Bahia, por exemplo, um refrigerador vendido hoje em 24 parcelas
custa, ao final do plano, quase o
dobro do preço à vista.
Para o presidente da Eletros,
Paulo Saab, o consumidor está
mais "cauteloso para se endividar", o que tem reflexo direto nessa linha de produtos de preço
maior. Os DVDs, que apresentam
demanda crescente já há anos,
mantiveram bom desempenho
em 2005. A alta no volume vendido foi de 80,4% sobre 2004. Preço
em queda, com a popularização
da tecnologia, ajudou no processo
-há aparelhos sendo vendidos
hoje por R$ 279.
(AM)
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