São Paulo, sexta-feira, 09 de dezembro de 2005

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INDÚSTRIA

Setor supera marca de 45 milhões de itens comercializados, com destaque para as TVs; refrigeradores têm desempenho pior

Eletroeletrônico tem maior venda da história

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2005 a indústria vendeu 45 milhões de produtos entre eletroeletrônicos (TV, DVD), eletrodomésticos (refrigerador, freezer) e portáteis (liquidificador, processador de alimentos) no Brasil. A grosso modo -já que o item produzido ainda pode estar em estoque na loja-, um em cada quatro brasileiros comprou uma dessas mercadorias durante o ano, segundo dados preliminares divulgados ontem pela Eletros, entidade representativa do setor.
É o maior número da história dessa indústria de bens de consumo. Supera, inclusive, o ano de 1996, quando o número atingiu 41,4 milhões de unidades. Crédito fácil e o discreto aumento na renda ajudaram nos resultados. Por outro lado, os juros altos cobrados na venda das mercadorias -a taxa mensal do varejo chega a 5,9%- "turbinou" a inadimplência nos últimos meses.
O melhor desempenho do ano foi registrado na venda de televisores. O número de aparelhos entregues da indústria para as lojas atingiu 9 milhões de unidades. É o melhor resultado para a indústria de televisores em sua história, como a Folha antecipou que aconteceria dois meses atrás.
O recorde era de 1996, quando a implantação do Plano Real jogou na praça uma massa de consumidores que permanecia à margem da economia. Naquele ano, a indústria operou com carga máxima e entregou para as lojas 8,5 milhões de aparelhos. A previsão inicial para 2005 era a de que, na melhor das hipóteses, a venda atingisse 8,8 milhões de TVs.
Na contramão desse movimento, a linha branca amargou o pior resultado entre esses bens de consumo em 2005.
A expansão foi pífia -alta de 2,2% nas vendas sobre o ano passado. Para os refrigeradores, a alta foi de apenas 0,77% no ano. Em seus balanços financeiros apresentados no exterior, as multinacionais Electrolux e Whirlpool -dona da Brastemp e Consul- já haviam ressaltado o momento delicado na venda no Brasil. A Electrolux, por exemplo, fala em "fraca expansão no Brasil", segundo balancete do grupo no terceiro trimestre.
O alto preço unitário do produto, que em sua maioria é vendido no crediário, sofre os efeitos diretos das altas taxas de juros, que encarecem o preço final do item na operação parcelada. Na Casas Bahia, por exemplo, um refrigerador vendido hoje em 24 parcelas custa, ao final do plano, quase o dobro do preço à vista.
Para o presidente da Eletros, Paulo Saab, o consumidor está mais "cauteloso para se endividar", o que tem reflexo direto nessa linha de produtos de preço maior. Os DVDs, que apresentam demanda crescente já há anos, mantiveram bom desempenho em 2005. A alta no volume vendido foi de 80,4% sobre 2004. Preço em queda, com a popularização da tecnologia, ajudou no processo -há aparelhos sendo vendidos hoje por R$ 279. (AM)


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