São Paulo, sexta-feira, 09 de dezembro de 2005

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RANKING

Brasil é 2º emergente mais bem colocado (atrás de China) em programas e serviços de informática; EUA têm 43% do total

País fica em 15º no mercado de software

MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil é a 15ª economia do mundo quando o critério de avaliação é o tamanho do mercados de programas de computador e serviços de informática. Posição modesta, mas ainda privilegiada: entre os emergentes, apenas a China ocupa posição acima da brasileira. O mercado chinês, o 13º no ranking, movimenta US$ 7,1 bilhões anuais; o brasileiro, US$ 5,98 bilhões.
O levantamento, divulgado ontem pela Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software), foi feito pelo IDC (International Data Corporation), consultoria internacional especializada na área de tecnologia da informação.
Por enquanto, não há país que chegue sequer perto do líder do ranking, os EUA, os maiores desenvolvedores e exportadores de programas do mundo, com mercado estimado em US$ 268,5 bilhões, cerca de 43,5% do total no mundo. Para ter uma idéia da "hegemonia norte-americana", o segundo colocado, o Japão, abocanha apenas 9,8% do mercado mundial, ou US$ 61 bilhões.
No caso do Brasil, o setor é formado por 7.700 empresas. Cerca de um quarto delas se dedica à prestação de serviços de informática, outro quarto desenvolve programas de computador. A maioria distribui e revende software. O mercado de prestação de serviços é estimado em US$ 3,6 bilhões e fica com uma fatia maior do que a de desenvolvimento de programas, que corresponde a US$ 2,36 bilhões.
O setor de informática é um dos escolhidos como prioritários pelo governo brasileiro para a adoção de política de incentivo, principalmente por conta de o Brasil ser deficitário no setor, ou seja, compra muito mais produtos e serviços de informática do resto do mundo do que vende para ele. O estudo do IDC mostra que 73% do mercado de software é formado por produtos desenvolvidos no exterior, enquanto apenas 27% são desenvolvidos aqui.
Dos produtos desenvolvidos no mercado brasileiro, apenas 4% são destinados ao mercado externo, ou US$ 25 milhões. No caso de serviços, a receita de exportação é maior, de US$ 101 milhões, cifra, no entanto, que corresponde a apenas 3% da "produção" nacional de serviços.
O US$ 1,72 bilhão de receita gerada pelo uso de softwares importados, no entanto, não representa remessa de divisas ao exterior. Por enquanto, o Brasil não tem estimativas do volume de remessas gerado apenas pela área de software. Como as empresas adaptam os programas em filiais brasileiras, com pessoal e fornecedores contratados por aqui, nem toda a receita é drenada para o mercado externo, explica Jorge Sukarie, da Abes.
O mercado de programas de computador, no entanto, continua majoritariamente informal. A Abes estima que 64% dos programas utilizados no país sejam pirateados. Outro estudo, divulgado também ontem pela Abes e pela BSA (Business Software Alliance), associação que agrega empresas do setor em todo o mundo, estima o impacto que uma redução do índice em dez pontos percentuais teria sobre a economia brasileira.
Segundo a pesquisa, o mercado de TI (Tecnologia de Informação) como um todo poderia crescer 61% no período 2004-2009 caso haja queda na pirataria. Com os níveis atuais, o crescimento ficaria em 48,2%.
A diferença representa crescimento adicional de US$ 4,8 bilhões do setor, 21,5 mil novos empregos e geração de receita tributária adicional de US$ 550 milhões, apenas por conta da redução do índice de pirataria.


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