São Paulo, sexta-feira, 09 de dezembro de 2005

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TELEFONIA

Projeção é para a cidade de São Paulo, baseada nas alterações anunciadas pela Anatel para o ano que vem

Ligação de 10 minutos fica 117% mais cara

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Famílias com adolescentes que vivem pendurados ao telefone e as que usam a internet por acesso discado devem ficar atentas ao aumento do custo das ligações telefônicas com duração maior do que três minutos.
A nova sistemática de tarifação anunciada anteontem pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicação), que entrará em vigor até julho do ano que vem, aumentará em 117,11% o custo da ligação local com dez minutos de duração na cidade de São Paulo e em 114,56% no Rio de Janeiro.
O aumento foi calculado pela Pro Teste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, que preparou uma tabela para orientar os consumidores. Segundo a coordenadora de Relação Institucional da entidade, Maria Ines Dolci, como os pulsos extras não são discriminados nas contas telefônicas, as famílias não percebem a duração das ligações locais, e poderão ter uma desagradável surpresa quando a nova sistemática entrar vigor.
""É preciso se educar para reduzir a duração das chamadas, caso queira economizar nas contas", adverte a Pro Teste. De acordo com a tabela, a chamada local de dez minutos custa atualmente, em São Paulo, R$ 0,44184 e o futuro valor previsto é de R$ 0,9593. No Rio, o valor, para o mesmo tempo de conversa, será de R$ 1,0162. A diferença entre as duas cidades se deve a tributos.
Nos novos contratos de concessão das empresas de telefonia fixa, a ligação passará a ser cobrada por minuto, não mais por pulsos. A substituição vai baratear o custo das ligações de curto tempo de duração, mas tornará mais caras as ligações mais longas.
O pulso é uma antiga forma de tarifação. Quando o usuário tira o telefone do gancho é contado um pulso e, no intervalo de quatro minutos, ocorre um segundo pulso, chamado de aleatório, que pode incidir a qualquer momento nesse intervalo de tempo. Os pulsos seguintes, incidem a cada quatro minutos.
No novo método, será cobrado um tempo inicial mínimo de 30 segundos e, a partir daí, a tarifação se dará a cada seis segundos. A franquia será de 200 minutos para o assinante residencial e de 150 minutos para os não-residenciais.
Segundo a Pro Teste, as chamadas no horário reduzido (0h às 6h, sábados a partir das 14h, domingos e feriados) terão acréscimo de R$ 0,04458 para o usuário, porque deixarão de ter pulso único e passarão a ser cobradas por chamada de dois minutos de conversação.
O vice-presidente de Planejamento Estratégico e de Assuntos Regulatórios da Brasil Telecom, Francisco Perrone, diz que as mudanças serão neutras para a receita das empresas, porque as chamadas com até 3 minutos de duração ficarão mais baratas.
Segundo ele, a Anatel pesquisou um universo de 200 milhões de ligações para definir a nova tarifação.

Reunião de família
O casal Cristina Chacel e Custódio Coimbra, ambos jornalistas, conseguiram baixar a conta dos dois telefones fixos da casa de R$ 1.000 em julho para R$ 600, em novembro, bloqueando chamadas para telefones celulares e ligações a cobrar. O casal, do Rio de Janeiro, mora com quatro filhos, na faixa de 16 a 26 anos.
Chacel disse que convocará uma reunião de família para discutir um novo plano de contenção de gastos. Cada membro da família tem celular, e o acesso à internet é por banda larga. Segundo ela, as despesas telefônicas são 20% da renda líquida do casal.


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