São Paulo, sábado, 09 de dezembro de 2006

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

BR critica falta de fiscalização da ANP contra comércio ilegal

A adulteração de combustível, a sonegação de impostos e as diversas ilegalidades comerciais serão temas de um seminário que será promovido pela BR Distribuidora na próxima segunda, em São Paulo, chamado "Distribuição de combustível, um setor em mutação".
Segundo Maria da Graça Silva Foster, presidente da BR Distribuidora, o objetivo do seminário é chamar a atenção dos órgãos reguladores a respeito da necessidade de se manter um combate efetivo e constante às diversas irregularidades que são praticadas no setor.
Graça reconhece que há empenho por parte da ANP (Agência Nacional do Petróleo), que regula o setor, em combater as irregularidades, mas o que ela questiona é a falta de efetividade desse trabalho.
O problema, para Graça Foster, é que essa fiscalização não é contínua. Quando há uma pressão por parte das distribuidoras, a ANP aperta o combate à ilegalidade no mercado, mas logo depois pisa o pé no freio.
Quando foi decretada a abertura do mercado de combustíveis no Brasil, em 1993, existiam no país dez distribuidoras. Com a abertura, foram registradas 400 candidatas a distribuidoras. Hoje, existem 272 registradas e 170 em operação. De acordo com Foster, a maioria delas funciona em condições ilegais.
"Há muitas distribuidoras éticas, como a BR, mas a maioria não é", afirma.
As irregularidades, segundo a executiva, estão se sofisticando cada vez mais. A novidade, agora, é a clonagem dos postos BR. Em São Paulo, foi lançado recentemente um posto com o nome 13R, que usa o mesmo logotipo da BR, nas mesmas cores. O 13, com os números bastante próximos, se confunde com a letra B.
A semelhança é tanta que, durante a realização da Fórmula 1 em São Paulo, uma caravana da BR chegou a parar num posto 13R para fazer uma ação promocional pensando que fosse da distribuidora estatal.

INFÂNCIA CHIQUE
A grife de moda infantil francesa Bonpoint acaba de inaugurar sua primeira loja no Brasil. A marca, conhecida pelo estilo sofisticado, optou por um local no circuito do comércio de luxo paulistano, a alameda Lorena, nos Jardins. A escolha de São Paulo para sediar a loja -a primeira da marca no hemisfério sul- ocorreu depois de pesquisa com cidades da Argentina e do Chile. "Escolhemos São Paulo porque é uma cidade cujos hábitos de consumo de luxo se assemelham com os de Paris, Nova York e Tóquio", diz o presidente Richard Alibert. Segundo ele, há projetos para, no futuro, abrir mais lojas em shoppings.

SOM NA CAIXA
A Luxor Vending, empresa de "vending machines" que atua há cinco anos importando máquinas de café, ampliou sua atuação com um produto que está em alta na Europa, as juke-boxes. Febre nos bares, nas décadas de 40 e 50, as máquinas voltaram ao mercado, mas agora, segundo Gustavo Salomão, diretor-executivo da Luxor, elas vão tocar é na casa dos consumidores. "A idéia é atender um perfil de consumidor que quer montar um ambiente lúdico ou de época em casa, como já vem acontecendo na Europa. É um artigo de luxo, mas esse mercado é muito promissor no Brasil", afirma Salomão. As máquinas alemãs podem chegar a custar R$ 30 mil.

PIANOFORTE
Antônio Ermirío de Moraes e Guilherme Afif Domingos estão à frente de concertos beneficentes para manter a Sinfônica Heliópolis, que é formada por jovens entre 16 e 25 anos da favela paulista. As apresentações serão regidas por Roberto Tibiriçá, coordenador do Instituto Baccarelli (que gerencia a orquestra), e têm participação do pianista Arnaldo Cohen, que mora nos Estados Unidos e irá encerrar sua temporada de 2006 no Brasil. O primeiro concerto acontece no próximo sábado, no Teatro Municipal de São Paulo. O segundo, no Municipal do Rio, no dia 22. Cohen, que não cobrou cachê, irá tocar com a orquestra Sinfônica Heliópolis. Os convites custam R$ 150.

TURISMO DE FUNDO
Depois de cinco meses de obra, a Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa) inaugura hoje o Caesar Park Eco Resort do Cabo, no litoral pernambucano. O empreendimento tem sistema de reaproveitamento de água e energia. O fundo investiu R$ 10 milhões.

CARAVANA
Armando Monteiro Neto, presidente da CNI, lidera, na quinta, na sede da CNI, uma caravana de cerca de 300 empresários para prestigiar a sanção presidencial da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Os empresários da Frente Empresarial pela Lei Geral das Micro e Pequena Empresa, da qual a CNI faz parte, vão homenagear os parlamentares que se destacaram na aprovação da lei.

ENERGIA
A Abrace (associação de consumidores industriais e livres de energia) vai realizar seu primeiro leilão. Estarão presentes 30 empresas. Entre elas, nove ofertarão energia. A previsão da entidade é que o pregão, voltado para os consumidores livres, movimente cerca de 200 megawatts médios, alcançando faturamento de R$ 200 milhões. O leilão acontecerá na segunda.

CRISE AÉREA
Como os problemas da crise aérea ainda não se resolveram e os atrasos e cancelamentos têm variado de 45% a 55% dos vôos diários de todos os aeroportos nacionais, a expectativa para dezembro é muito ruim e deve reduzir bastante a projeção de crescimento da demanda para este ano, que girava em torno de 15%, segundo Amaryllis Romano, da Tendências Consultoria. De acordo com a economista, o quadro da aviação civil nacional apenas reflete o caos de todo o setor de infra-estrutura do país, onde a falta de investimentos tem se constituído como empecilho ao crescimento mais forte. "A falta de investimento, por sua vez, é fruto da inexistência de ambiente regulatório adequado que serviria para incentivar a participação privada", diz. Dessa maneira, o setor, que desde 2004 até novembro deste ano -se considerados apenas os vôos domésticos- cresceu 39,3% e não contou com o estabelecimento destas condições adequadas ao investimento em infra-estrutura, deve começar a pagar esse preço.


Próximo Texto: Subsídio à habitação incluirá classe média
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.